O inferno de Bolsonaro: carestia de alimentos segue em patamar recorde
Economistas avaliam que o grupo Alimentos e bebidas não voltará a apresentar queda em outubro, como em setembro. Falta governo sério para haver uma redução efetiva
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O governo está enfrentando na gradação devida os reais entraves na oferta que pressionam os preços dos alimentos para que isso não restrinja as políticas pela melhoria de vida dos brasileiros, observa Faro
“O PIB cresce acima das previsões, emprego e renda também, arrecadação em alta, inflação dentro dos limites de uma meta exageradamente rigorosa, boas reservas, mas a mídia só fala em ‘risco fiscal’”, critica a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann
Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda divulgou nesta segunda-feira (18) estimativas do Boletim Macrofiscal de novembro
Prévia da inflação oficial do país ficou abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 0,28%, com intervalo de 0,18% a 0,33%
Prévia da inflação oficial do país, IPCA-15 frustrou os analistas, que esperavam alta de 0,20% para agosto; nos últimos 12 meses, a variação do índice foi de 4,35%, abaixo dos 4,45% observados nos 12 meses imediatamente anteriores
Apesar das mentiras de Bolsonaro no programa eleitoral sobre a “queda da inflação”, nas feiras e nos supermercados os preços continuam acumulando altas recordes. E os analistas do mercado já projetam a retomada das altas no fim do mês.
Em 12 meses, a inflação acumulada pelo grupo Alimentação e bebidas foi de 11,71% até setembro, bem acima dos 7,17% do IPCA no período. Em 2022, a carestia de alimentos chega a 9,54%, mais que o dobro do IPCA acumulado neste ano (4,09%).
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Segundo Paulo Jager, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Rio de Janeiro, no portal Brasil de Fato, as famílias mais pobres sentem a carestia de alimentos ainda mais porque os produtos seguem num patamar elevado diante do valor do salário mínimo. É o que demonstra o cálculo do Dieese da cesta básica na capital fluminense.
“As pessoas sentem seus orçamentos de maneira muito diferenciada, tem gente que consome mais remédios, tem gente que tem automóvel e percebe mais imediatamente a redução do preço da gasolina. Mas para outras famílias, as coisas mais relevantes não tiveram redução de preço”, prossegue o economista.
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Segundo Jager, as famílias mais pobres sentem a carestia de alimentos ainda mais porque os produtos seguem num patamar elevado diante do valor do salário mínimo. É o que demonstra o cálculo do Dieese da cesta básica na capital fluminense.
Em setembro, a cesta básica no Rio custava R$ 714,14. Em setembro de 2019, o valor era de R$ R$ 458,21. Em setembro de 2019, um trabalhador que recebia salário mínimo comprometia 49,91% do orçamento, ou 101 horas e 1 minuto do trabalho mensal, para comprar a cesta básica. Para o mesmo período de 2022, o comprometimento é de 63,70% do orçamento, com dedicação de 129 horas e 38 minutos de trabalho.
“Quem ganha um e meio ou até três salários mínimos está com o orçamento muitíssimo apertado”, conclui Jager. “Isso sem considerar milhões de pessoas desempregadas, que sequer vão procurar emprego porque não vão conseguir, que estão empregadas, mas têm uma remuneração muito baixa”, enumera ele.
“Tem gente que está naquele contrato intermitente e não consegue trabalhar uma quantidade de horas mensais suficientes sequer para ter uma renda mínima necessária”, lembra ainda o supervisor técnico do Dieese.
Novo governo deverá retomar políticas para redução de preços de alimentos
Paulo Jager diz que uma redução efetiva nos preços dos alimentos, com impacto real no orçamento das famílias, ocorreria apenas se o Governo Federal retomasse investimentos no setor da agricultura familiar e nos estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Além de criar estímulos para a agropecuária de grande porte vender a produção no mercado interno.
“O governo pode voltar a estimular a produção local do país em insumos para esse setor, por exemplo, no caso dos fertilizantes”, enumera o economista. “Poderia mexer um pouco na taxa de câmbio, porque isso baratearia um pouco as importações desses insumos e desestimularia essa venda tão grande voltada ao exterior, porque tornaria mais atraente a venda aqui internamente.” Tudo que o desgoverno Bolsonaro não fez.
Mas boa parte dessas medidas fazem parte do programa de governo apresentado por Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin. “Trabalharemos de forma incansável até que todos os brasileiros e as brasileiras tenham novamente direito ao menos a três refeições de qualidade por dia”, afirma o texto do documento, cuja meta é reverter a política bolsonarista de terra arrasada e fazer do Brasil novamente um país próspero para todos.
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Da Redação, com informações de IBGE