“O país tem crescido acima de todas as expectativas”, afirma Humberto Costa

Em entrevista coletiva, nesta sexta (4), em Porto Alegre, senador e presidente do PT elenca conquistas do governo, defende alianças e faz alerta sobre as ameaças à democracia brasileira

Roberto Stuckert Filho

Humberto Costa, ao centro, na reunião do Diretório do Rio Grande do Sul

Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (4) na sede do PT de Porto Alegre, o senador (PE) e presidente nacional do partido, Humberto Costa, fez um balanço das ações do governo Lula e abordou temas centrais da conjuntura política nacional. Entre os assuntos tratados, destacam-se a retomada dos programas sociais, o crescimento do país, a desoneração do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, as medidas contra a inflação dos alimentos, a sucessão na presidência do PT, a prioridade na eleição para o Senado e a defesa da regulação das redes sociais, é como não poderia deixar de ser, a proposta de anistia, um cenário que, segundo ele, “não é favorável para a extrema direita”.

Humberto Costa chegou em Porto Alegre na quinta-feira (3), quando reuniu-se no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul com o Diretório Estadual do RS. Os dirigentes discutiram “o Processo de Eleições Diretas do PT 2025 (PED), a conjuntura política nacional e internacional e os desafios do partido para este ano e para 2026”, de acordo com as redes do PT do Rio Grande do Sul.

Reconstrução

“Em dois anos de governo, a gente recompôs todos os programas sociais responsáveis por um processo de inclusão cidadã de milhões de pessoas, como Bolsa Família, Farmácia Popular, Mais Médicos, FIES, Minha Casa Minha Vida”, declarou Humberto Costa, defendendo o trabalho que vem sendo feito. Segundo ele, o país “tem crescido acima de todas as expectativas” e reduziu significativamente o desemprego. “Nós plantamos uma série de coisas que vamos entregar pra população a partir de agora.”

Uma delas é a nova faixa de isenção do Imposto de Renda. “A desoneração é muito importante porque vai colocar em circulação uma quantidade significativa de recursos”, explicou. A medida, que beneficia quem ganha até R$ 5 mil, alcança 92% dos contribuintes. Mas, para o senador, o debate central está na forma como será feita a compensação. “Alguém tem que pagar por isso. E na nossa avaliação é justo que sejam aqueles que não pagam imposto no Brasil hoje, os grandes milionários. Essa disputa é também educativa”.

Sobre a inflação dos alimentos, Costa reconheceu o impacto sobre o cotidiano das famílias e detalhou as ações que têm sido feitas para amenizar o problema. “O governo tomou algumas medidas em relação aos produtos que tiveram redução do imposto de importação pra poder competir internamente e reduzir a inflação, está começando a dar os primeiros resultados. E vamos ter uma safra recorde de vários produtos.”

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Ameaças à democracia

Na avaliação do presidente do PT, uma das ameaças mais graves à democracia virá da eleição para o Senado, que será renovado em dois terços em 2026. “Se a extrema direita consegue reeleger seus 25 parlamentares, bastaria que tivessem mais 16 para ter maioria. E se fizerem mais 25, vão poder tentar abrir processos de impeachment contra ministro do STF, apoiar anistia ampla, rejeitar nomes para diplomacia, tribunais superiores. É uma capacidade de criar problemas muito grande.”

Sobre a anistia aos golpistas de 8 de janeiro, Costa defende que “o cenário não é favorável para a extrema direita. Eles estão profundamente desesperados […] Hoje, na sociedade brasileira, a maioria defende que não haja essa anistia. A extrema direita não está preocupada com quem está preso. Está preocupada em tentar salvar Bolsonaro, Braga Netto, Heleno.”

Outro foco de preocupação do senador é o ambiente informativo e os desafios da democracia digital. “Hoje a maior parte das pessoas se informa por rede social. Existe um mundo paralelo e as pessoas só querem ter a informação para reforçar as suas convicções. Temos que pensar um processo de democratização dos meios tradicionais e também tratar da regulação das redes sociais.”

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Eleições nacionais

Quando o tema passou a ser as próximas eleições, o deputado federal (RS) Paulo Pimenta pediu a palavra para defender uma aliança ampla, com diálogo entre os partidos da base. “Nós temos que fazer um grande esforço para discutir o projeto da unidade aqui no estado. Esse esforço deve ser feito em todo o Brasil.”

Questionado sobre a reeleição de Lula, Humberto Costa foi categórico: “O presidente ganha em todas as pesquisas. Essa polarização, que alguns chamam de cristalização, é um dado real. Nós temos um candidato forte, competitivo, que está no governo. E a direita está dividida.”

Confira a galeria (fotos: Roberto Stuckert):

 

Eleições no PT

Na esfera partidária, o senador comentou seu mandato na presidência do PT. “Fui escolhido para complementar o mandato da Gleisi. Minha atuação é no sentido de dar continuidade, de que ele seja um momento de mobilização partidária”. Ele reafirmou que não será candidato à reeleição e fez uma aposta na unidade interna. “Acredito que temos todas as condições de construí-la”, afirmou.

Para concluir, Humberto Costa reforçou o papel do PT como força política plural, unida em torno do governo Lula. “Hoje há muito mais convergências entre todos os segmentos do partido do que divergências. Estamos muito afinados com o que o governo está fazendo”.

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Da Redação

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