Oposição não conhece conteúdo de denúncia contra Dilma, diz Gleisi

Senadora rebateu discurso do tucano Ataídes Oliveira, explicitando que o parlamentar não tem conhecimento do conteúdo da denúncia que o Senado analisará

Imagem: Agência Senado

Em discurso no plenário do Senado, na tarde desta segunda-feira (25), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-SC) mostrou que nem a oposição que pede o impeachment de Dilma Rousseff sabe qual é a acusação contra a presidenta.

Ao rebater as acusações feitas pelo senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), a petista explicitou que o tucano não tem conhecimento do conteúdo da denúncia que o Senado analisará, aprovada no último dia 17 de abril pela Câmara dos Deputados.

O parlamentar do PSDB argumentou que constaria da peça que solicita o impedimento presidencial recursos que teriam sido tomados emprestados junto à Caixa Econômica, Banco do Brasil e FGTS. Porém, esses temas não estão na peça acusatória aprovada pela Câmara.

“Os fatos recebidos pela Câmara dos Deputados referem-se apenas a 2015 e são restritos a duas situações: atraso no pagamento ao Banco do Brasil, dentro do ano de 2015, nos subsídios aos juros praticados nos contratos do Plano Safra e a edição de seis decretos de créditos suplementares ao Orçamento da União, também em 2015, por excesso de arrecadação e saldo de exercícios anteriores”, ressaltou a senadora.

Gleisi alertou para o perigo do Senado seguir “o mesmo rumo da Câmara e fazer aquela discussão bonita e sem base constitucional e jurídica”, com risco de banalização do instituto de impeachment.

Já o senador por Pernambuco e líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT), afirmou que os apoiadores do golpe travestido de impeachment, comandado pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ficarão “atolados no lamaçal, na sujeira na qual pretendem afundar o Brasil”.

“Vocês que defendem esse golpe convivam com a vergonha de estarem transformando o Brasil numa república de bananas; convivam com a vergonha de estarem ombreados, lado a lado, com Jair Bolsonaro, o idiota funcional que arrumaram para arregimentar apoios fascistas; convivam com a vergonha dessa aliança que firmaram com o facínora do Eduardo Cunha e o conspirador Michel Temer”, destacou.

E garantiu: “Do lado de cá, nós vamos lutar com todas as nossas forças para tirar o País dessa situação, preservar a Constituição e a ordem democrática, e dizer não a essa vergonha que querem impor à nossa democracia”.

“A decisão tomada pela Câmara dos Deputados, conduzida pela figura abjeta de Eduardo Cunha, foi uma ignomínia que entrou para as páginas da história deste País e que este Senado ainda tem a oportunidade de reparar. O que restou daquele domingo foi a ressaca da vergonha. Os defensores do golpe refluíram, indicando claramente o clima de constrangimento de que foram tomados ao assistir àquela sessão dantesca”, salientou Humberto.

Humberto Costa

Senador Humberto Costa (PT-PE) Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador petista ressaltou que mais de 70% dos que votaram pelo impeachment na Câmara respondem na Justiça por questões penais.

“Outros tantos são investigados por improbidade administrativa. 452 dos 513 deputados federais têm pendências com Tribunais de Contas, justamente a origem do que a Câmara apontou como crime de responsabilidade da presidenta. Outros 75% dos que defenderam o impedimento estão pendurados com processos na Justiça Eleitoral”, apontou.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

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