Parceria estratégica Brasil-China: caminhos para um mundo multipolar, por Gleisi Hoffmann
“Ao fortalecer a parceria entre Brasil e China, poderemos unir esforços para enfrentar os desafios globais mais urgentes, enquanto promovemos intercâmbios e colaborações em múltiplas áreas”, afirma a presidenta nacional do PT
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Anteriormente, escrevi sobre o protagonismo do presidente Lula no G20 realizado no Rio de Janeiro. Agora, quero destacar outro aspecto central de sua política externa: a determinação em reforçar a parceria estratégica com a China, país que se consolidou como nosso maior parceiro comercial e um dos principais aliados no cenário internacional.
A mais recente visita do presidente Xi Jinping ao Brasil, em novembro de 2024, simbolizou o fortalecimento de um vínculo que está celebrando 50 anos de cooperação. Esta parceria vai além do comércio; ela reflete a convergência entre dois grandes países que compartilham a visão de um mundo multipolar, baseado em relações pacíficas, democráticas, equilibradas e respeitosas da soberania das nações. Na ocasião, foram assinados 37 acordos de cooperação em diversas áreas, como agronegócio e tecnologia.
O compromisso passa por 2004, quando Lula visitou Pequim e participou da criação da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN). Este mecanismo, fundamental para a coordenação de ações bilaterais, impulsionou a integração entre nossos governos e sociedades, promovendo avanços significativos em diversas áreas.
Desde 2009, a China consolidou sua posição como o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2023, essa relação atingiu um patamar histórico, com um volume de comércio bilateral de 157 bilhões de dólares. O Brasil alcançou um superávit inédito de 51 bilhões de dólares, com exportações que somaram 104 bilhões de dólares — superando, isoladamente, as vendas combinadas para os Estados Unidos e a União Europeia. Além disso, o Brasil é hoje o quarto maior destino de investimentos chineses no exterior, representando 4,8% do total global.
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Ciente da importância dessa relação, a China foi um dos primeiros destinos visitados por Lula em seu terceiro mandato, logo em abril de 2023. Como presidenta nacional do PT, também liderei uma comitiva do partido ao país asiático em 2024, reafirmando os laços históricos entre o PT e o Partido Comunista Chinês. Essa proximidade, construída ao longo de 40 anos, reflete um compromisso comum com o desenvolvimento, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida dos povos.
O impressionante feito chinês de retirar 800 milhões de pessoas da pobreza em apenas quatro décadas é uma inspiração para o Brasil e para o mundo. Essa conquista evidencia o poder transformador de políticas públicas inclusivas e integradas a um planejamento estratégico.
Ao fortalecer a parceria entre Brasil e China, poderemos unir esforços para enfrentar os desafios globais mais urgentes, enquanto promovemos intercâmbios e colaborações em múltiplas áreas. Desde o campo acadêmico, com programas de cooperação universitária, até a luta contra as mudanças climáticas e a transição para energias limpas, garantindo um futuro mais sustentável e inovador para ambas as nações.
Desde sua primeira visita à China, Lula tem evidenciado uma visão estratégica para a política externa brasileira, focada na construção de pontes que promovam o desenvolvimento mútuo e contribuam para o fortalecimento de uma ordem global mais justa, equilibrada e solidária. Nosso presidente está, mais uma vez, desempenhando um papel central na construção de um futuro melhor, não apenas para o Brasil, mas para o mundo!
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Publicado originalmente no Blog do Esmael
Gleisi Hoffmann é deputada federal pelo estado Paraná e presidenta nacional do PT