Parlamentares do PT repudiam espionagem de Bolsonaro contra Igreja

Denúncia aponta que governo de extrema direita tem espionado a Igreja Católica por intermédio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por a considerarem “inimiga”

Parlamentares da Bancada do PT na Câmara usaram hoje (10) as redes sociais para repudiar denúncia de que o governo de extrema direita Jair Bolsonaro tem espionado a Igreja Católica por intermédio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a partir de entendimento de que a instituição seria “inimiga” dos atuais ocupantes do poder.

O líder da Bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), qualificou a arapongagem como “ação típica de ditadura, com verniz fundamentalista teocrático.” Ele lembrou que “a única vez que católicos foram ameaçados no Brasil foi entre 1964 e 1985”, no período da ditadura militar.

Em reportagem divulgada pelo jornal Estadão neste domingo (10) , o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), falou sobre a Igreja Católica como se a instituição milenar fosse um inimigo. O governo atual é tão obtuso que vê a Igreja Católica como opositora por tratar temas atuais que o Palácio do Planalto considera como de esquerda, tais como a situação de povos indígenas e quilombolas e as mudanças climáticas. “Estamos preocupados e queremos neutralizar isso aí”, vociferou o general Heleno, segundo o jornal.

Monitoramento

O GSI está de olho nas ações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Pastoral Carcerária e ainda planeja  envolver o Itamaraty para monitorar discussões e debates da Igreja Católica no exterior. O alerta ao governo veio de informes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), chefiada pelo general Heleno, e dos comandos militares. Segundo o jornal, sãorelatos de encontros recentes de cardeais brasileiros com o papa Francisco para discutir o Sínodo sobre Amazônia, que reunirá em Roma, em outubro, bispos de todo o mundo.

O deputado Alencar Santana (PT-SP) alertou para a gravidade da denúncia. “Se governo militar Bolsonaro espiona a Igreja Católica, imagine o que farão com os movimentos populares. Parece que os métodos do período sombrio da ditadura estão voltando,” escreveu. 

O deputado José Guimãraes (PT-CE), em @guimaraes13PT afirmou: “A escalada autoritária não para. Agora vão espionar a CNBB. A Igreja Católica é o alvo. O regime autoritário vai se formando e as liberdades civis e políticas sendo suprimidas.”

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) também criticou a arapongagem da Abin sobre a atuação religiosa do clero e de leigos. “Os dissensos políticos, construídos com marcadores religiosos, agora produzem uma guerra suja contra cristãos de denominações variadas”, denunciou.  “Igreja Católica liderada por Francisco fortalece a identidade de fraternidade cristã. O Cristo está presente nos menores de nossos irmãos. Ao atuar por esses+vulneráveis, a Igreja é atacada por muitos no governo q vivem o discurso sobre a fé, sem a fé. Apenas manipulatório”, completou.

O deputado Helder Salomão (PT-ES) estranhou a postura do governo Bolsonaro. “ABIN quer espionar CNBB por considerar que a entidade debate “agendas das esquerdas”, como pautas indígenas, quilombolas e ambientais. Mais um absurdo vindo deste governo”, denunciou.

Para Paulo Teixeira (PT-SP) a espionagem de Bolsonaro contra a Igreja é grave e insere-se num cenário de retrocessos e ameaças às liberdades democráticas. “Novos exemplos da escalada autoritária e do Estado de exceção no Brasil: Espionagem das reuniões da CNBB pela ABIN; Investigação pela Receita Federal do Ministro Gilmar Mendes do STF; Legislação penal proposta por Sérgio Moro”, escreveu em sua conta no twitter (@pauloteixeira13 ). Na conta @uczai, o deputado Pedro Uczai (PT-SC) explicou o porquê da perseguição obscurantista à Igreja: “O fascismo precisa fabricar seus inimigos para se sustentar no poder.”

Por PT na Câmara 

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