Parlamentares e trabalhadores fazem atos em defesa da Previdência

No Congresso, parlamentares criaram frente para combater reforma; nas ruas, trabalhadores mostraram que não permitirão retrocesso

Manifestação contra reforma da Previdência Social em São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência PT

Protestos contra a reforma da Previdência prevista pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB) ocorreram em diversas cidades brasileiras nesta terça-feira (31), convocados pela Frente Brasil Popular. A frente reúne diversos movimentos sociais e sindicatos, como a CUT, o MST, UNE, Levante Popular da Juventude, entre outros.

São Paulo, Porto Alegre, Maceió, Belo Horizonte e Petrolina tiveram atos contra as perdas de direitos que ocorrerão caso passe a reforma da aposentadoria proposta pelo novo governo. Em Brasília, foi criada a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social no Congresso Nacional., coordenada pelo senador Paulo Paim (PT-RS).

Desde que assumiu, o novo governo tem tomado uma série de atitudes que atacam diretamente o trabalhador. Entre elas, está a reforma da Previdência, que é criticada, inclusive, pela presidenta eleita Dilma Rousseff.

Atualmente, é possível se aposentar por tempo de contribuição e idade. Para isso, existe a regra 85/95. Nessa conta, a mulher que tiver 30 anos de contribuição e 55 anos já pode se aposentar sem descontos. O mesmo vale para o homem de 60 anos e 35 anos de contribuição. Caso o aposentado já tenho cumprido os anos de contribuição, mas não tiver atingido a idade mínima, poderá se aposentar, mas com descontos.

Foto: Paulo Pinto/Agência PT

Foto: Paulo Pinto/Agência PT

Na nova regra proposta pelo governo golpista, tanto homens quanto mulheres se aposentarão pela idade mínima de 65 anos, prejudicando sobretudo as mulheres e aqueles que começaram a trabalhar mais cedo. Além disso, o novo governo incorporou o extinto Ministério da Previdência ao Ministério da Fazenda, facilitando os recortes.

“A tarefa não será nada fácil. O ataque é enorme, mas com a nossa união e consciência sairemos vencedores. A Previdência Social é dos trabalhadores deste país. Devolvam o nosso Ministério da Previdência”, reagiu Paim à incorporação da Previdência ao Ministério da Fazenda feita pela equipe golpista do governo interino de Temer.

Paim se contrapôs ao argumento de que a Previdência é insustentável. Segundo dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip)), a Previdência foi superavitária nos últimos anos.  “Os dados da Anfip são esclarecedores e comprovam que a seguridade social é viável”, avaliou Paulo Paim.

Em 2010, esse superávit chegou à casa de R$ 53,8 bilhões, em 2011, R$ 75,7 bi,  2012 foi de R$ 82,6 bi, sendo seguido, nos anos subsequentes 2013 e 2014 por valores de R$ 73,2 bilhões e R$ 54,2 bilhões, respectivamente.

“O governo golpista do Temer começa retirando direito daqueles que ainda vão se aposentar. Esse governo quer que esses trabalhadores continuem a trabalhar até os 65 anos”, salientou o vice-líder da bancada do PT, Carlos Zarattini (PT-SP).

Outra proposta de Temer é desvincular o piso da Previdência ao salário mínimo. Hoje, o reajuste de quem ganha o piso da aposentadoria está atrelado ao aumento do salário mínimo – crescimento do PIB mais inflação. “Isso é um verdadeiro absurdo. Significa reduzir à miséria milhões de brasileiros que precisam desse benefício”, pontuou Zarattini.

Frente Parlamentar contra Reforma da Previdência

Frente Parlamentar contra Reforma da Previdência

Da Redação da Agência PT de Notícias

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