Pepe Vargas: “É preciso botar o governo ilegítimo na parede”

Presidente eleito do PT-RS afirma que é momento de ampliar pressão popular anti-Temer, resistir à retirada de direitos e aprovar a denúncia da PGR

Wilson Dias/Agência Brasil

O deputado federal Pepe Vargas

O momento é de intensificar a pressão popular para fragilizar ainda mais o governo ilegítimo, na opinião do novo presidente do PT-RS, o deputado federal Pepe Vargas. “Cada vez mais, temos que fortalecer esse comitê suprapartidário pelas diretas. Esse governo não consegue se estabilizar, é um governo sem nenhuma legitimidade”, diz.

Com a denúncia feita esta semana pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, Pepe Vargas entende que essa pressão precisa ser intensificada. “Botar esse governo ilegítimo na parede ajuda a interromper as iniciativas legislativas de retirada de direitos”, lembra, citando entre estas a reforma trabalhista, que tramita no Senado Federal, e a reforma da Previdência, que está na Câmara Federal.

A mobilização também deve pressionar os deputados a votarem pela aceitação da denúncia de Janot pelos deputados. Temer precisa de 171 votos para a denúncia ser rejeitada. “Uma coisa é a tropa de choque do Temer. Outra coisa é quando cada deputado é instado a ir na frente, no microfone, mostrar sua imagem e dizer sim ou não à possibilidade do Temer ser julgado no STF. Muitos da base sabem que dizer não pode causar sérios prejuízos eleitorais”, explica.

A derrota da reforma trabalhista na CAS (Comissão de Assuntos Sociais) há duas semanas simbolizou a perda de apoio do golpista, segundo Vargas. Mesmo assim, o projeto passou pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e segue para votação no plenário nesta terça-feira (dia 11).

Manifestantes protestam contra Michel Temer (Foto: Roberto Parizotti/CUT)

“Ninguém imaginava que eles sofreriam essa derrota há 20 ou 30 dias atrás. O quadro de instabilidade poderá colocar a perspectiva real de o Temer ser processado no âmbito do STF e termos força política para aprovarmos a antecipação das eleições diretas”, diz.

Para Vargas, a militância do PT-RS tem uma grande expectativa de que a gestão de Gleisi Hoffmann responda aos desafios que o PT tem que assumir nacionalmente. “Responder ao forte ataque que o PT e o Lula, que é a nossa principal liderança, têm sofrido e, ao mesmo tempo, resistir ao golpe e à retirada de direitos”, diz.

Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, o foco será construir uma grande unidade popular e democrática na defesa dos direitos dos trabalhadores e da democracia. Ele lembra que os gaúchos enfrentam uma conjuntura estadual muito difícil com o governo de José Ivo Sartori (PMDB). Para resolver o problema fiscal do estado, Sartori tem atrasado pagamentos, privatizado empresas públicas e piorado o funcionamento das instituições.

“Nós temos essa tarefa de buscar unidade no campo popular para resistir ao desmonte do estado e buscar a construção de um programa para o governo em busca de candidaturas majoritárias e proporcionais”, afirma.

Segundo Vargas, Sartori tem buscando soluções sem efetividade para a crise fiscal, quando o maior problema são as isenções para as grandes empresas no estado. “Não tem nenhuma proposta de desenvolvimento econômico e social, o estado está paralisado e os salários atrasados”, conta.

Vargas também lembra da importância de tarefas de organização. “É um conjunto de tarefas de construção partidária: trabalhar elementos de formação política, organização, finanças, de organização das setoriais”, diz.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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