Petistas condenam pessimismo do mercado e reforçam luta contra cortes sociais

Parlamentares do PT acusaram o mercado financeiro de tentar chantagear o governo ao pressionar por cortes nas áreas sociais, através da especulação com a alta do dólar

Bruno Spada / Câmara

Na Câmara, petistas reiteram que o país segue no rumo certo, com geração de emprego e renda

Parlamentares da Bancada do PT desmascararam no plenário da Câmara, nesta segunda-feira (9), as críticas que políticos de oposição e agentes do mercado financeiro vem fazendo em relação ao desempenho da economia brasileira. Os petistas lembraram que esse pessimismo não encontra paralelo na realidade, quando comparado aos principais indicadores econômicos positivos do País, como crescimento do PIB acima de 3% (comparável ao da China), desemprego em baixa recorde, aumento da renda média e controle da inflação. Os parlamentares ainda acusaram o mercado financeiro de tentar chantagear o governo ao pressionar por cortes nas áreas sociais, através da especulação com o valor do dólar.

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O deputado Helder Salomão (PT-ES) disse durante seu pronunciamento que, “dizer que a economia vai mal”, como setores da oposição e do mercado financeiro vem repetindo à exaustão, “é uma desonestidade e irresponsabilidade com o Brasil”. O petista lembrou que os indicadores econômicos brasileiros estão melhores do que a média dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que tem as maiores economias do mundo. Entre eles, ele citou as reservas cambiais do País (US$ 370 bilhões), um dos maiores crescimentos do PIB do G-20 (maiores economias) no último trimestre, e um déficit público menor do que a médias dos países da OCDE.

“Foi só o Governo Lula anunciar a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos, o corte de privilégios e a tributação dos super-ricos, para o mercado financeiro reagir dessa maneira irresponsável. A conclusão é que o mercado financeiro é covarde, desonesto, cruel e desumano”, acusou.

O deputado Jorge Solla (PT-BA) lembrou ainda que as previsões pessimistas do mercado financeiro e de bolsonaristas no início do ano, de que o déficit público seria de 1% do PIB e que o crescimento seria de apenas 1,5% do PIB, se mostraram totalmente equivocadas. Ele destacou que, mesmo com a ajuda de R$ 35 bilhões em ajuda para a reconstrução do Rio Grande do Sul – que não estava previsto no orçamento – o déficit primário deve ficar em 0,6% do PIB. Já o PIB deve crescer e fechar com um crescimento próximo a 3,5%.

“E, mesmo assim, essas aves do agouro continuam vindo para cá mentir, querer criar situações, como se a economia brasileira passasse por grandes dificuldades e precisasse cortar dinheiro. Não é dos bilionários que eles querem cortar, não é da especulação financeira que eles querem cortar. Eles nunca querem cortar do andar de cima”, observou.

Petistas rejeitam pressão por cortes sociais

O parlamentar baiano destacou ainda que esses mesmos setores que pedem por cortes em recursos para programas sociais, educação, saúde e a desvinculação de benefícios sociais do salário mínimo, nunca defendem a redução de isenções fiscais para grandes empresas e o agronegócio, além da taxação sobre lucros e dividendos, historicamente isentos.

“O que eles querem é a receita de sempre: o chicote no lombo da população mais pobre. Querer destruir benefício do BPC e reduzir o crescimento do salário mínimo. Isso é o que pior pode acontecer, mas não irá prosperar”, garantiu Solla.

O deputado Tadeu Veneri (PT-PR) também condenou em seu discurso a pressão do mercado financeiro por cortes no Benefício de Prestação Continuada (BPC), na política de aumento real do salário mínimo, além de recursos para áreas sociais. O parlamentar ressaltou que a Câmara precisa ter responsabilidade na votação do pacote fiscal do governo, que busca equilibrar o Orçamento sem retirar direitos, isentando do pagamento do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e taxando quem tem renda acima de R$ 50 mil por mês.

“Me chama a atenção algumas coisas nesse pacote. Primeiro, a resistência que está havendo, como já foi dito aqui, daqueles segmentos que mais se beneficiaram. Eles se beneficiam com R$ 420 bilhões de isenção, se beneficiam com todo tipo de ajuda, muitas vezes, feita pelos órgãos, mesmo pelo processo jurídico, se beneficiam de toda forma, se beneficiam do orçamento. Mas quando chega a hora de cortar, e falam que quem recebe até R$ 5 mil vai estar isento de pagar imposto, eles gritam. Quando falam quem ganha acima de R$ 50 mil têm que pagar imposto, eles gritam”, apontou.

O deputado Zé Neto (PT-BA), após também destacar os indicadores positivos da economia, lamentou a falta de visão estratégica do mercado e da oposição para a importância do combate às desigualdades sociais históricas no país.

“Não existe País rico com muitos pobres. Se a gente diminuir a pobreza, a gente cria mais oportunidades, melhora o mercado interno de consumo e os índices sociais e educacionais. Temos que pensar nisso de forma grandiosa. Vejo pessoas aqui que se denominam de direita, nacionalistas, que defendem a família, e esses mesmos são os que mais batem na política econômica, sem apresentar soluções, e ainda torcem para o tal mercado vencer o cabo de força com o Brasil”, lastimou.

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Do PT Câmara

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