PT denuncia blindagem a Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética

Por 11 votos a 7, colegiado arquiva representação que denunciava traição à pátria e desrespeito à Constituição por parte do bolsonarista. “É uma vergonha”, afirma Lindbergh Farias

Gustavo Bezerra

Lindbergh: O povo brasileiro deve saber "quem vota pela ética e quem vota pela impunidade"

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (22), por 11 votos a 7, o arquivamento do requerimento nº 22/2025, apresentado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que pedia investigação contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar.

O líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), foi enfático: “Isso aqui é uma vergonha. Eduardo Bolsonaro articulou com autoridades norte-americanas sanções contra o Brasil, prejudicando o nosso povo e a economia nacional em mais de R$ 40 bilhões. Nunca houve, na história do país, uma traição nacional tão escancarada. Rasgou a bandeira brasileira em nome de interesses estrangeiros”.

A representação, protocolada em 24 de julho, requeria processo disciplinar por quebra de decoro parlamentar por parte do parlamentar do PL. Petistas alegaram ainda que Eduardo agiu em conluio com autoridades estrangeiras, comemorando sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, em uma conduta considerada “antipatriótica e criminosa”.

Blindagem política

Durante a sessão, a Bancada do PT repudiou o resultado e classificou a decisão como uma blindagem política.

Lindbergh afirmou ainda que o Conselho desmoraliza o Parlamento ao se recusar a investigar um crime dessa gravidade. Para o parlamentar a conduta é vergonhosa, já que “Eduardo Bolsonaro confessou que trabalhou por sanções contra o Brasil. Isso é traição nacional. E esta Casa vai carregar essa mancha”.

Desonra para a Câmara

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), também integrante do colegiado, criticou duramente o voto pelo arquivamento ao dizer que “zelar pela democracia é dever de todos nós. Eduardo Bolsonaro feriu a soberania nacional e desonrou a Câmara dos Deputados. Votar pelo arquivamento é votar contra o Brasil, contra os bons parlamentares e contra a decência que a população espera desta Casa”.

Zombar da democracia

Já o deputado federal João Daniel (PT-SE) denunciou o desrespeito por acreditar que a decisão representa um tapa na cara do povo brasileiro. “Perdoar Eduardo Bolsonaro é uma vergonha para este Parlamento. Um deputado que diz publicamente querer prejudicar o país e defende quem exalta torturadores não pode ser tratado como acima da lei. É rasgar a Constituição e zombar da democracia”.

Ao final da sessão, Lindbergh anunciou, em nome das bancadas do PT, PSOL, PCdoB e demais partidos aliados, que será apresentado recurso ao Plenário da Câmara com base no artigo 14, parágrafo 4º, inciso 3º, do Regimento Interno.

“Apresentaremos imediatamente o recurso e iniciaremos hoje mesmo a coleta de assinaturas para que o plenário da Câmara, e o povo brasileiro, saibam quem vota pela ética e quem vota pela impunidade”, declarou o líder.

Do PT Câmara

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