Petrobras voltou a ser indutora do crescimento nacional, aponta Bacelar
“É de suma importância não só a Petrobras como todas as estatais cumprirem esse papel de ajudar na indução dos investimentos no país”, defendeu o coordenador da Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar, ao Jornal PT Brasil
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“A Petrobras volta a ter protagonismo na indução da economia nacional. Os U$ 102 bilhões que serão investidos nos próximos cinco anos representam nada menos que meio trilhão de reais, o que faz com que a Petrobras seja novamente a maior investidora do país, como foi ao longo dos governos do presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff”, destacou, no Jornal PT Brasil desta terça-feira, 28, o coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
A aprovação, na última quinta-feira, 23, do Plano Estratégico da Petrobras (PE 2024-28+), é o ponto de partida da retomada de investimentos para dotar o país de soberania energética plena.
“É de suma importância não só a Petrobras como todas as estatais cumprirem esse papel de ajudar na indução dos investimentos no país. Se nós tivéssemos hoje a Eletrobras nas mãos do estado brasileiro, ela também ajudaria nesse processo. Inclusive lembramos aqui a necessidade do governo de retomar o seu protagonismo dentro da Eletrobras”, salientou o coordenador da FUP ao questionar o governo anterior que, mesmo com 43% das ações ordinárias, limitaram o poder de voto da União a 10%.
Deyvid parabenizou a presidenta do PT e deputada federal (PR) Gleisi Hoffmann pela defesa do projeto e por ter questionado editorial do jornal O Globo que, segundo ela, quer o país dependente do mercado externo ao condenar investimentos da Petrobras em refinarias.
“Ela está corretíssima. É como o próprio presidente Lula disse em toda sua campanha: não adianta somente ser autossuficiente na produção de petróleo e gás. Já exportamos mais de um milhão de petróleo de barris de petróleo por dia. Com este planejamento estratégico, chegaremos em 2028 já produzindo mais de 3,2 milhões de barris de petróleo por dia. Isso é importante para o país”, assinalou.
Operação que executou o maior ataque e desmonte da soberania energética do país, a Lava Lato paralisou as obras da importante refinaria Abreu e Lima que fica em Pernambuco e tem produção de apenas 115 mil barris de derivados de petróleo por dia, principalmente diesel. “Temos outra metade de 115 mil barris que precisam que precisam ser concluídos. A Petrobras precisa terminar essa obra”, defendeu Deyvid ao citar o complexo petroquímico do Rio de Janeiro que fica em Itaboraí.
“Não é para direcionar investimentos para terminar essa obra que foi paralisada pela operação Lava Jato? Claro que precisamos terminar essa obra que vai ser importante para produzirmos também lubrificantes e diesel para diminuir a nossa necessidade de importação”, analisou.
Empresa retoma transição energética após golpe de 2016
A gestão da empresa está correta em fazer não apenas esses investimentos, mas também outros direcionados para a transição energética. “Outras empresas no mundo já tem feito e a Petrobras segue sim nessa linha para se tornar uma grande empresa de energia que já seria se não tivéssemos sofrido o golpe de estado de 2016”, apontou o coordenador da FUP.
Ao defender a ampliação das refinarias existentes e a necessidade de o Brasil ter autossuficiência no refino, Deyvid falou sobre o processamento de diesel agregando óleo vegetal, o chamado diesel R5 e R10. “São plantas de biorrefino que não processam petróleo, somente óleo vegetal, a exemplo da refinaria de Rio Grande que vai ser a primeira refinaria 100% de biorrefino”, disse ele, ao informar que o país ainda importa em torno de 20% de diesel para abastecer toda a demanda que faz do Brasil o oitavo mercado consumidor de derivados de petróleo do mundo.
A nova gestão da empresa, capitaneada pelo presidente Jean Paul Prates, diretores e pelo Conselho de Administração tem diversificado os investimentos da Petrobras, o que Deyvid considera importantíssimo para o processo de geração de emprego, renda e de riquezas para a população brasileira. As críticas são “um tanto quanto infundadas” porque o novo planejamento estratégico da Petrobras de 2024 a 2028 prevê uma série de investimentos importantes na exploração e produção de petróleo, gás e outras áreas.
O setor de óleo e gás da Petrobras, que consome 72% dos investimentos, é muito robusto e gera recursos para investimentos em outras áreas, segundo Deyvid.
As grandes plataformas principalmente do pré-sal, “mas não somente lá”, disse ele ao citar investimentos que serão feitos no polo de Urucu, que seria privatizado no Amazonas; outro que seria privatizado na Bahia e que agora voltam a ter investimentos, além de outras áreas como a Margem Equatorial, “que finalmente o Ibama licenciou um furo pioneiro ali na bacia potiguar. Ainda estamos aguardando licenciamento para a área mais ao norte próxima do Amapá, lembrando que a margem Equatorial vai do Amapá até o Rio Grande do Norte”, informou.
“Teremos em torno de 16% que serão investidos no refino, mais 9% que serão investidos em energias renováveis neste primeiro momento, e mais 3% na própria gestão corporativa da empresa”, apontou.
Diversificação de investimentos
“No caso da Petrobras estamos falando de investimentos vultuosos que chegam a US$ 11 bilhões de dólares para investimentos em energia eólica, solar, em hidrogênio verde. Várias empresas do mundo como a Shell, a Total, a British Petroleum, a Equinor tem feito investimentos para transição energética”, assinalou.
Deyvid considera que a empresa que não fizer a transição energética está fadada à morte daqui a 70 anos. “Se nós queremos que a Petrobras tenha mais 100 anos ela precisa investir em transição energética, por isso a decisão da empresa é corretíssima. Ela precisa também desenvolver suas próprias tecnologias”, disse ele ao parabenizar também os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio com vice-presidente e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A categoria dos petroleiros fará mobilização nesta quarta-feira, 29, a partir das 10 horas, em frente ao Ministério da Gestão e Inovação para cobrar a revogação da resolução 42, ‘filha da gestão anterior”, que impede acordos de custeio do plano de saúde. “Ela é inconstitucional, fere a autonomia das empresas estatais e fere a negociação coletiva”, concluiu Deyvid.
Da Redação