Pimenta: “Com Queiroz e Bolsonaro, Lava Jato muda nome para Passa Pano”

Líder do PT na Câmara criticou o “servilismo” dos procuradores com o amigo da família Bolsonaro, mesmo após ele faltar a dois depoimentos sobre R$ 1,2 milhão

Gustavo Bezerra

Líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), criticou nesta sexta-feira (28) a subserviência do Ministério Público diante do laranja da família Bolsonaro, o motorista Fabrício Queiroz. Mesmo após faltar a dois depoimentos, ele é tratado pelos procuradores com um nível de compreensão e servilismo que destoa completamente da animosidade, desrespeito e perseguição dispensados aos investigados da Lava Jato. “A Lava Jato diante do Queiroz e do clã Bolsonaro vai mudar de nome e passará a se chamar Passa Pano”, disse Pimenta.

Nesta quinta-feira (27), o Ministério Público “engoliu” oficialmente o argumento da defesa de Queiroz, segundo a qual o investigado seria portador de enfermidade grave e só poderia prestar depoimento após uma cirurgia. O que a defesa e os procuradores – que parecem trabalhar em parceria – não explicaram é por que Queiroz tem condições de dar uma entrevista ao SBT, mas não tem condições de prestar depoimento.

“É no mínimo ridícula a posição do Ministério Público sobre esse assunto do Queiroz, o laranja da família metralha. O Ministério Público deu uma declaração, que é uma espécie de declaração do advogado de defesa: que o Queiroz está doente e que, portanto, é necessário que se aguarde ele fazer uma cirurgia para prestar depoimento”, protestou Paulo Pimenta, em vídeo divulgados nas redes sociais.

O líder petista insistiu na pergunta que continua sem resposta: “Se ele pôde dar uma entrevista ao SBT, porque não pode dar um depoimento ao Ministério Público? Se ele tem condições de falar com a imprensa, tem todas as condições de prestar um depoimento antes da cirurgia. É ridículo, isso é jogo de cena, é inaceitável a covardia do Ministério Público no caso do Queiroz”.

Fabrício Queiroz – amigo próximo da família Bolsonaro e ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro – foi flagrado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) em transações bancárias que somam R$ 1,28 milhão. Os valores são incompatíveis com sua renda. Depois de semanas em silêncio, ele argumentou em entrevista que os valores se devem a sua atividade informal como vendedor de veículos.

Por PT na Câmara

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