Pimentel considera “grave” situação de MG

Governador de Minas explica problemas de gestão e financeiros decorrentes de 12 anos de governo tucano

A posse da nova diretoria da instituição que representa os municípios da região metropolitana de Belo Horizonte, a Associação dos Municípios da RMBH (Granbel) foi marcada pela revelação do governador Fernando Pimentel (PT) de que o governo de Minas Gerais tem graves problemas de gestão e financeiros decorrentes de 12 anos sob comando tucano.

O PSDB de Aécio Neves e Antônio Anastasia governou Minas Gerais de 2003 a 2014, quando Pimentel venceu as eleições e pôs fim à hegemonia tucana no estado. Ao dirigir-se ao colegiado que assumia a Granbel, nessa terça-feira (10), o governador dimensionou a gravidade da situação geral do estado.

“O quadro não é de facilidade, de fato, mas não é só em questão financeira. O estado tem problemas muito graves de gestão”, admitiu, ao ressaltar a necessidade de encontrar uma saída para a governabilidade.

“Vamos ter de equacionar”, resumiu o governador.

As revelações de Pimentel lançam por terra o tão propalado “choque de gestão” que conduziu o marketing político do candidato derrotado Aécio Neves nas eleições presidenciais do ano passado.

Sobre a questão financeira, além de um déficit fiscal de quase R$ 2,2 bilhões em 2014, a auditoria da atual administração petista identificou expressivo volume de dívidas deixadas pelo antecessor.

O detalhamento, pelos auditores, das dificuldades financeiras de Minas prossegue, a pedido de Pimentel. Nos bastidores, já há, no entanto, convicção de que as dívidas podem chegar a mais de R$ 1,2 bilhão e fala-se de “erros” administrativos que viriam desde a gestão Aécio Neves (2003-2009).

E o pior: a dívida foi “deixada” para o sucessor após uma manobra do governador que suspendeu o pagamento aos credores na semana anterior à transmissão do cargo. Para pagar, Pimentel teve de classificá-las no projeto de lei do orçamento, em votação na Assembleia Legislativa do estado, como sobras do exercício anterior, numa afronta direta a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O governador que passou a faixa a Pimentel no dia 1º de janeiro, Alberto Pinto Coelho (da coligação PSDB/PP), ocupou o cargo por menos de nove meses, a partir de abril de 2014, quando o sucessor de Aécio, Antônio Anastasia, saiu do cargo para se candidatar ao Senado.

Como estratégia, Pimentel disse em seu pronunciamento que adotou a transparência e sinceridade sobre a realidade como forma de obter a compreensão do eleitor, contribuinte e cidadão mineiro.

“Tudo isso, devidamente mostrado para o cidadão com transparência, com sinceridade, encontra compreensão da cidadania”, declarou -um recado ao conjunto de cidades que constituem a região metropolitana sobre a linha de ação de julga conveniente para se obter uma relação de confiança com a população nos próximos quatro anos de mandato.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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