Petistas relembram trajetória de lutas pelo trabalhador

Fundadores compartilharam histórias de conquistas e avaliaram desafios do PT para os próximos anos

A lembrança dos fatos que levaram a criação do Partido dos Trabalhadores é motivo de emoção para os fundadores e primeiros integrantes da sigla. Hoje, com 35 anos de história e mais de 1,7 milhão de filiados, os militantes comemoram a marca de 13 anos de governabilidade no país.

Na memória dos que ajudaram a dar vida ao PT, estão momentos inesquecíveis. Cada um recorda de maneira saudosa uma fase específica que o tenha marcado. Mas todos são unânimes em apontar que o partido teve maior prestígio com a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, em 2002.

“Foi uma felicidade ver Lula, o primeiro líder de um partido de esquerda, eleito presidente”, confessa o secretário-geral do PT, Geraldo Magela.

Para Magela, antes mesmo da conquista do cargo mais importante do país, outro fato marcou de maneira especial a vida do petista: a primeira campanha de Lula à presidência, em 1989. “O PT só tinha nove anos. Os militantes estavam animados. Era a primeira disputa do partido com indicação à presidência e a primeira eleição direta para presidente após o regime militar”, conta, emocionado.

Ao avaliar a trajetória do partido, o secretário-geral do PT afirma que nesses 13 anos de gestão, a luta pelos direitos sociais não parou e marcou profundamente o país. “Conseguimos realizar redistribuição da renda, gerar emprego e crescimento econômico aos brasileiros”, ressalta.

Para Geraldo Magela, apesar do cenário de denúncias de corrupção que atinge hoje o partido, é necessário unir a militância para o PT dar continuidade aos avanços dos últimos anos. “Vamos superar essa situação de massacre da mídia e da oposição. Vamos mostrar a força do PT no 5º Congresso Nacional. Vai ser o ponto de partida para melhorar os rumos do partido”, declara, confiante.

Quem também defende a reaproximação do partido com os militantes, com os movimentos sociais e com a sociedade civil para o partido se fortalecer é o presidente do PT Ceará, Francisco de Assis Diniz. “A militância é como o coração do PT. Temos que estimular o sentimento de união para avançar na democracia”, desabafa.

De acordo com Diniz, o momento atual fragiliza o partido, mas os problemas servem para encorajar o partido. “Estamos sendo responsabilizados por todo o mal feito no país, quando na verdade lutamos contra a corrupção. O PT já passou por profundas transformações, agora vamos mostrar que o quanto somos guerreiros”, afirma.

Entre as diversas lutas do PT, Assis Diniz lembra o “Fora Collor”, quando o PT apoiou as manifestações que pediam o impeachment do presidente Fernando Collor de Melo, acusado de corrupção e esquemas ilegais em seu governo.

“Um momento memorável. Lembro que na época havia uma seca no Nordeste e Collor foi ao Memorial Padre Cícero entregar cestas básicas aos flagelados do sertão. Então levantamos uma faixa “Fora Collor !”. Tomei um golpe de capoeira de uma autoridade que fazia a guarda do ex-presidente”, recorda.

Nota 3

(Foto: Arquivo pessoal)

As mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, convocadas pelo PT desde sua criação, encorajaram a petista Benedita da Silva (PT-RJ) a fazer parte da sigla. “Sinto muito orgulho de ter ajudado a fundar o PT. Foi o Lula que me atraiu para o partido”, lembra.

Segundo a deputada federal, o PT é o grande responsável pela redução das desigualdades sociais e regionais do país. “O PT sempre ouviu o povo”, afirma.

“Nunca vou esquecer do Lula subindo a favela. Ele foi na minha casa e me convidou a fazer parte do partido. Fui convencida. Nós íamos de porta em porta pedir para as pessoas se filiarem ao PT”, recorda com carinho.

encontro sindical

Lula na campanha eleitoral para Presidência da República em 1989, em comício no Bairro do Alcântara, São Gonçalo (RJ), ao lado de Benedita da Silva, Domício Mascarenhas e Miguel Moraes. (Foto: Arquivo pessoal)

Para Benedita, a confiança do povo brasileiro no PT foi estabelecida por causa do contato direto do partido com a base popular. “Treze anos de gestão petista não é pra qualquer um, significa que o povo brasileiro confia. Estamos abalados com o momento atual, mas vamos enfrentar essa conjuntura”, avalia.

Entre as ações destacadas por Benedita que respaldam os 13 anos de governos do PT, estão os avanços nos programas sociais, como o Brasil Sem Miséria e o Bolsa Família, responsáveis por tirar 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza. “Espero que o PT continue junto ao povo. O partido deve resgatar aquele tempo antigo, quando ouvia as pessoas em suas casas”, afirma.

Aproximar os brasileiros do partido também é o pensamento de Francisco Rocha, o Rochinha, presidente da Comissão de Ética do Partido dos Trabalhadores. “É preciso manter o diálogo constante com os movimentos sindicais e classes sociais. Foi assim que o partido cresceu”, ressalta.

Rochinha é um dos fundadores do PT e guarda muitas recordações, principalmente das lutas sindicais compartilhadas com o ex-presidente Lula. Começou a militância no Sindicato dos Condutores de Veículos de SP, onde atuou como cobrador de ônibus e participou ativamente dos movimentos em defesa dos direitos da categoria. Foi metalúrgico e destaca a luta social contra a ditadura no Brasil o período histórico mais importante da sigla. “Estávamos completamente engajados na solidariedade aos presos políticos. Brigamos pela democracia”, diz.

Neste 1º de Maio, o PT volta às ruas. Assim como outrora, o partido conclama a militância a participar das mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, da reforma política e da democracia, com o objetivo de alcançar novas conquistas em beneficio do povo brasileiro.

Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Noticias

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