Programa de Haddad reduz crimes na cracolândia

De Braços Abertos oferece renda, emprego, moradia e tratamento a dependentes de crack

Os índices de criminalidade registrados na região conhecida como Cracolândia, no bairro da Luz, em São Paulo, caíram no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Isso se tornou possível graças ao programa De Braços Abertos, adotado pela Prefeitura de São Paulo no início deste ano, que oferece emprego, renda, moradia e tratamento a dependentes do crack.

Crimes como furtos gerais e furtos de veículos diminuíram, respectivamente, 32,3% e 47,4% na comparação entre os primeiros seis meses de cada ano. Os dados são do Sistema de Informações Criminais (Infocrim), da Secretaria Estadual de Segurança Pública, com base nos registros em 14 ruas da região.

No primeiro semestre do ano passado, quando ainda não existia o programa que atende mais de 400 dependentes químicos, foram registrados 19 furtos de veículos e 319 furtos gerais na região. No mesmo período deste ano, foram dez furtos de veículos e 216 furtos de pessoas. Em toda a cidade, o número de furtos de veículos teve ligeira alta de 5,6% (de 24.016 para 25.370) e o de furtos gerais registrou queda de 1,4% (de 100.289 para 98.897), inferior a apontada na Cracolândia.

O número de roubos de veículos na Cracolândia neste primeiro semestre chegou a zero, enquanto no mesmo período do ano passado, foram 11 registros. Em toda a capital paulista, os casos de roubos de carros tiveram alta de 9,4% (de 24.131 para 26.420). “São Paulo tomou para si de volta aquela região que tinha todos os aspectos para ter os maiores índices de criminalidades”, afirmou o secretário municipal da Segurança Urbana, Roberto Porto.

Já o número de roubos gerais na região caiu apenas 4,1% em termos relativos na Cracolândia, de 196 casos no primeiro semestre de 2013 para 188 registros neste ano. Apesar disso, em toda a cidade, os números de roubos cresceram em 38% (de 59.783 para 82.490) no mesmo período em comparação com o ano passado. “Nossa grande arma é o trabalho conjunto. Além do trabalho diuturno das equipes de saúde e assistência social, a iluminação é verificada e revisada frequentemente. Hoje, a região tem uma das maiores forças de trabalho de varrição na cidade. A guarda e a polícia militar trabalham juntas. Por isso, essa transformação está acontecendo”, disse Porto.

 

Autonomia financeira – Com a evolução do programa, 23 beneficiários receberam o atestado médico de aptidão ao mercado de trabalho. No último dia 5 de agosto, após o acompanhamento feito por equipes de saúde e assistência social, 16 beneficiários foram encaminhados à empresa Guima Conseco para prestar serviços em equipamentos públicos municipais. Eles receberão R$ 820 por mês, vale refeição de R$ 9,10 por dia, cesta básica no valor de R$ 81,33 e Vale Transporte.

Do total de beneficiários cadastrados até o fim de julho, eram 273 homens, 149 mulheres e 28 crianças. Com o fim dos sete meses de programa, 12 usuários trabalhavam fora do programa, além dos 18 que atuam nas frentes de trabalho em órgãos municipais. Outros 228 seguem no serviço de varrição de ruas e 66 participantes estão no projeto Fábrica Verde, um curso de capacitação voltado à área de jardinagem, onde recebem noções de paisagismo, plantio de jardins comestíveis, produção de mudas e compostagem.

Mais de 330 pessoas conseguiram novos documentos, 16 crianças foram inseridas em creches e três beneficiários ingressaram em cursos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

 

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Prefeitura de São Paulo.

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