PT 44 anos: Martvs das Chagas exalta participação do partido na luta antirracista

Para ele, após eleger a maior bancada federal negra de sua história em 2022, o PT será o partido que vai eleger mais candidaturas negras nas eleições municipais no país

Site do PT/Reprodução

Martvs das Chagas, secretário nacional de Combate ao Racismo do PT, durante entrevista ao programa Jornal PT Brasil

O secretário nacional de Combate ao Racismo do Partido dos Trabalhadores, Martvs das Chagas durante entrevista exibida nesta quinta-feira (8) pelo programa Jornal PT Brasil abordou o aniversário de 44 anos do PT e a relação com o movimento negro e a participação dos negros e negras do partido na luta contra o racismo.

“A primeira coisa a dizer é que sem a participação do movimento negro as políticas públicas jamais teriam sido construídas. Na verdade, o PT, todos os partidos, a política de forma geral bebe da água que o movimento negro produziu ao longo da sua existência. É importante observar que o PT e a emergência dos movimentos sociais foram ali paripassu, têm quase as mesmas idades’, destaca Martvs.

“Veja que o MNU (Movimento Negro Unificado) que é reconhecido como o maior no país, tem 40 anos e o PT faz 44. Então pode se dizer que essas organizações também estiveram juntas na construção do partido, isso é quase que uma simbiose.  Tanto é que a maioria dos dirigentes negros e negras são filiados ao PT e aos partidos da esquerda”, diz o secretário de Combate ao Racismo do PT.

“Então essa celebração dos 44 anos do PT é também a celebração da história silenciosa que o movimento negro produziu até agora”, completa ele.

Martvs lembra que em 2003 quando em seu primeiro mandato, o presidente Lula cria a Secretaria Especial de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Seppir), que já tinha status de ministério naquela época, isso foi um marco na luta do movimento negro e um marco na história da luta antirracista no país.

“O Ministério da Igualdade Racial coordena o tema com relação a outros ministérios que têm uma série de ações neste sentido, que permitiram que a população negra tivesse condições de ascensão à nova classe trabalhadora. Essas pessoas, que são a maioria da população negra, pela primeira vez tiveram a chance de receber políticas públicas, ou melhor, condições de terem direitos”, afirma.

O secretário relembra a quase destruição dessas políticas a partir de 2016 até 2022. “Infelizmente nós tivemos um corte nessas políticas públicas com o golpe contra a presidenta Dilma e os quatro anos nefastos que tivermos no país. Foi na verdade uma derrocada nessas políticas e hoje a palavra reconstrução cabe muito bem no que diz respeito às políticas de promoção da igualdade racial. Temos que reconstruir porque conseguiram quase que aniquilar”.

Candidaturas negras nas eleições de 2024

Martvs falou sobre como a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo vem atuando para a construção de candidaturas negras para as eleições municipais de 2024.

“Nós estamos dialogando muito. O que nós queremos é que se tenha candidaturas que sejam viáveis, que a gente possa lançar novas lideranças negras no país e que essas candidaturas possam assimilar a luta antirracista. Há um debate muito grande no interior do PT sobre quais são as pessoas que poderiam adotar esta possibilidade de receber os recursos para as candidaturas negras”, diz Martvs.

“Nós estamos criando critérios, estamos conversando com as secretarias estaduais, é importante dizer que nós temos 27 secretarias estaduais de combate ao racismo funcionando. Nós vamos dialogar com elas para que possam criar as suas prioridades para as eleições deste ano. Vamos dialogar com as tendências internas do PT neste sentido”, explica.

Martvs lembrou que nas eleições de 2020 a maioria dos candidatos e candidatas do PT eleitos foram negros e negras, assim como em 2022 foram eleitos 13 parlamentares federais negras e negros, a maior bancada negra da história do PT.

“Nós achamos que esse é um caminho sem volta, é uma marcha das candidaturas negras, a mesma marcha que as mulheres começaram em 1930 no país. Ou seja, não há retrocesso, não tem como retroceder”, argumenta .

Ele também criticou a questão do carimbo de “identitarismo” no tema do poder negro. “Uma coisa inventada recentemente. Eu milito há quase 40 anos e nunca ouvi isso. Mas quando as pessoas negras começam a avançar e a ter espaços de poder, aí começam a criar determinados sinais, símbolos, palavras, como uma reação à nossa caminhada”.

Na entrevista, ele manifesta o seu otimismo em relação à disputa eleitoral deste ano. “Eu não tenho dúvida de que o PT será o partido que mais elegerá candidaturas negras em 2024”, enfatiza.

Da Redação

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