PT do Pará divulga mapeamento de todos os eleitos em 2016
O estudo faz um raio-x do potencial de cada cargo, levando em conta informações públicas e fidelidade partidária
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O PT do Pará publicou um estudo com o perfil de todos os petistas eleitos para os cargos de prefeito e vereador no estado no pleito de 2016. OO objetivo do estudo é refletir sobre o potencial de cada mandato e mapear a participação partidária paraense. O estudo traz informações relacionadas a fidelidade partidária, participação étnica, de mulheres e jovens, além de dados individuais, como escolaridade, idade e currículo.
A proposta é subsidiar a dirigência estadual e as municipais para a elaboração de propostas e ações que contribuam na melhora da atividade político/partidária no estado do Pará. Para ilustrar a publicação, a secretaria estadual do PT paraense entrevistou a secretária-geral do partido, Karol Cavalcante:
PT do Pará: Como você analisa a questão da fidelidade partidária, especialmente dentro do PT?
Karol Cavalcante: A infidelidade partidária é uma constante entre os partidos no Pará. Identificamos que os candidatos que disputaram as eleições em 2016 para prefeito têm em média 6 (seis) anos de filiação. Já para o cargo ao legislativo, esse tempo de filiação é um pouco maior, 9 (nove) anos. Agora, em relação ao PT, os candidatos têm em média 19 anos de filiação, bem acima dos demais partidos. Observamos, por outro lado, que entre os que se elegem esta média cai para 14 anos para os cargos executivos e 16 anos para o legislativo.
PTP: Como você avalia o desempenho da mulher no legislativo e no executivo? E como se dá a performance das mulheres no PT?
KC: A participação da mulher, tanto no executivo quanto no legislativo, ainda é pequena. Nas eleições 2016 houve uma candidata para cada 600 mulheres residentes no Pará; isto significa o dobro da relação de candidaturas masculinas, que é de um candidato para cada 300 homens. Melhorou a participação da mulher na disputa ao legislativo municipal; no entanto, equivale a metade dos homens que disputam a eleição proporcional. Como resultado, o número de mulheres eleitas é pequeno. O desempenho eleitoral das mulheres eleitas pelo PT é melhor em relação aos demais partidos. Entretanto, nas eleições de 2016 houve um refluxo na participação das mulheres do PT no executivo, e o PT elegeu apenas uma prefeita. O PT foi o primeiro partido a estabelecer o mínimo de 30% para candidaturas femininas, é o único partido político no Brasil que estabeleceu a paridade em seus cargos de direção. Sem dúvida essas políticas permitiram que o PT tivesse uma participação eleitoral feminina superior aos demais partidos. Um dos reflexos é o fato de que no Pará a quantidade de vereadoras eleitas pelo PT sempre foi superior à soma dos outros partidos.
PTP: Você acredita que a participação do jovem na política está em baixa? E com isso acontece um processo de envelhecimento das bancadas no Pará? Como você analisa essa situação?
KC: De fato, a participação do jovem na política está em baixa. Está acontecendo um envelhecimento gradativo das bancadas de todos os partidos no Pará. Em se tratando do PT, o partido não fugiu a essa tendência. Por exemplo: nas eleições de 2000 a bancada tinha 20% com menos de 30 anos de idade, um percentual muito superior em relação a todos os outros partidos. Já em 2016 o PT elegeu 4% de jovens em sua bancada, quando a média geral de todos os partidos foi de 7%. O partido fez seis (6) Prefeituras. Três dos seis prefeitos eleitos têm entre 40 e 49 anos. O PT nunca elegeu um prefeito ou prefeita jovem no Pará. Quanto ao perfil dos vereadores eleitos é semelhante ao dos prefeitos: tem idades entre 19 a 29 anos e mais de 60. Com isso, identificamos um processo de envelhecimento das bancadas no Pará. Mesmo o PT estabelecendo a participação de 20% de jovens na direção partidária, ainda não refletiu no desempenho eleitoral do partido.
PTP: Em se tratando da ocupação profissional dos eleitos pelo PT em 2016, como se configurou esse processo? Qual o quadro, hoje? Continua a base tradicional do Partido, como professores, servidores públicos, trabalhadores rurais?
KC: Nas eleições de 2016 houve pouca alternância na base do partido, isto é, entre os que foram eleitos, 25% já exerciam mandato parlamentar, principalmente vereadores. Mas, a categoria “agricultor” ainda aparece numa posição alta, mantendo 18% dos eleitos. Os demais eleitos pelo PT constituem a base tradicional do Partido, como professores, servidores públicos e trabalhadores rurais. As políticas dos governos Lula e Dilma garantiram um maior acesso ao ensino superior e isso se refletiu diretamente na escolaridade dos eleitos e eleitas pelo PT, o partido tem mais candidatos e candidatas eleitos com acesso ao ensino superior que todos os demais partidos.
PTP: Qual o balanço feito do resultado eleitoral, especialmente considerando o raio-x dos eleitos?
KC: O PT conseguiu eleger 6 prefeitos e 113 vereadores, em 68 municípios paraenses. Assim, o partido tem representação institucional em 47% do Estado. É um alcance significativo, considerando o ataque sofrido pelo PT nos últimos anos, em especial no período de consumação do golpe e assalto ao poder por parte de Temer, PMDB e PSDB.
Da Redação do PT do Pará com Agência PT de Notícias