PT, em defesa da democracia: sem anistia, golpe de Estado nunca mais

Conforme resolução do Diretório Nacional, partido participará de atos e manifestações da sociedade sobre os 60 anos do golpe militar de 1964

Antonio Carlos Piccino - O Globo - Estúdio/Agência

O PT tem o compromisso com a democracia desde a sua origem. Campanha das Diretas Já, 1984 (na foto, Marcos Freire, Miguel Arraes, Tancredo Neves, Lula, Ulysses Guimarães e Lucy Montoro)

Às vésperas do dia de memória dos 60 anos do golpe de Estado de 1964, que instaurou uma ditadura militar no país, o Partido dos Trabalhadores reafirma seu compromisso com a defesa da democracia, valor presente no DNA originário do partido desde sua fundação, em 10 de fevereiro de 1980.

Segundo resolução da reunião do Diretório Nacional de terça-feira (26), o PT apoiará e participará dos atos e manifestações da sociedade previstos para os dias 31 de março e 1º de abril em diversos pontos do país, além das atividades organizadas por sua fundação, a Fundação Perseu Abramo (FPA), sobre os 60 anos do golpe.

Na quarta-feira (27), por exemplo, a FPA realizou, na sede do PT do Rio de Janeiro, o debate “Ditaduras na América Latina”, com a participação dos professores e pesquisadores Francisco Teixeira e Maria Paula Araújo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na ocasião, houve também o lançamento de documentário inédito do consagrado diretor de cinema Silvio Tendler, intitulado “Memória e Exílio”, com a presença do cineasta.

Outra atividade realizada pela FPA, nesse mesmo dia, foi uma edição do programa Janela Internacional que teve o golpe de 1964 entre os temas discutidos. O programa foi apresentado pelo diretor de cooperação internacional da fundação, Valter Pomar, e teve como convidado o professor de História do Brasil na Brown University James Green. Ele falou sobre a influência dos Estados Unidos no golpe militar de 1964.

Além disso, a FPA está lançando a edição impressa da revista Teoria e Debate com o tema “Uma Radiografia do Golpe de 1964”. A publicação traz artigos de José Dirceu, Tarso Genro, Milton Temer, Marilena Chauí, Marly Viana, Raul Pont, Frei Chico, Ivo Lebauspin, Matilde Ribeiro entre outros. A fundação realizará atividades sobre o golpe militar também ao longo dos meses de abril e maio (veja programação ao final da matéria).

Manter viva a luta pela democracia

Para o PT, manter viva a memória desse período enfrentado pelo país se torna ainda mais fundamental no momento em que um ex-presidente acusado de comandar um novo e frustrado golpe de Estado desafia as leis nacionais e mesmo internacionais. Para ele e todos os outros que atentaram contra a democracia brasileira, o PT defende punição exemplar pelos crimes cometidos.

“O PT reforça a mobilização contra a anistia aos golpistas, exige punição de todos que planejaram, financiaram e organizaram a conspiração golpista e os atentados de 8 de janeiro, sejam civis ou militares. Todos: desde seu comandante, Jair Bolsonaro, aos generais e chefes militares golpistas, empresários e demais envolvidos na conspiração”, diz um trecho da nota divulgada pelo Diretório Nacional na terça-feira (26).

O documento também destaca que o compromisso do PT com a democracia inclui, além da defesa das liberdades democráticas e dos direitos individuais, a restauração dos direitos sociais e trabalhistas cortados nos últimos anos, a garantia do acesso ao emprego e renda, as políticas públicas de caráter social e inclusivo, a plena participação popular no Orçamento da União, como defende o presidente Lula, e a ampliação dos espaços de participação e decisão.

Programação da FPA:

– APOIO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E EMPRESARIADO AO REGIME MILITAR BRASILEIRO

Dia 10 de abril, às 19h, em Salvador, no Sindae – Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no estado da Bahia. Presenças confirmadas: Emiliano José, Luiz Dulci, Matilde Ribeiro e Marcelino Galo. Com  mediação de Elen Coutinho.

– AUTORITARISMO E REPRESSÃO NA DITADURA MILITAR BRASILEIRA

Dia 24 de abril, às 19h, em Belém (PA);

– MILITARES E POLÍTICA: GOLPISMO E ENTRAVES À DEMOCRACIA NO BRASIL

Dia 08 de maio, em Olinda (PE);

– CRISE ECONÔMICA, DESENVOLVIMENTISMO CONSERVADOR, CORRUPÇÃO E DETERIORAÇÃO DA POLÍTICA: EFEITOS NEFASTOS DA DITADURA NO BRASIL

Dia 22 de maio, em Porto Alegre (RS).

Da Redação

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