PT luta contra tentativa de criminalização da legenda

Para cientista político, ataques contra a sigla estão relacionados a partidos golpistas, sistema político desgastado e influência midiática

Michel Zaidan: imprensa brasileira também corrobora com ataques ao PT

As tentativas de criminalização do Partido dos Trabalhadores (PT) têm sido rebatidas por lideranças e integrantes da agremiação. Em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (11), o presidente da sigla, Rui Falcão, anunciou que tomará medidas legais contra todos que fizerem acusações sem provas contra o partido.

No último dia 6, durante ato em comemoração ao aniversário do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou o partido tem sido atacado e criminalizado arbitrariamente pela imprensa.

“O critério da mídia é a criminalização do PT desde que chegamos ao poder. Não importa se é verdade ou mentira”, disse o ex-presidente.

Na véspera da celebração de 35 anos do partido, o secretário de Finanças da legenda, João Vaccari Neto, conduzido ao prédio da Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, onde prestou depoimento.

Ele foi acusado sem provas de ter arrecadado US$ 200 milhões de propina para a sigla. A acusação foi feita pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que será processado pelo PT.

“Nós vamos fazer uma interpelação civil e criminal contra esse bandido chamado Pedro José Barusco Filho que acusa o PT, sem provas”, anunciou Rui Falcão.

“Ele (Barusco) falou que começou a pegar propina em 1997 e não há uma pergunta sobre o período anterior ao governo do PT. Há uma tentativa de criminalização ao uma investigação se concentrar apenas em um período e não no período mencionado pelo delator”, completou.

Manobra tendenciosa – Para o cientista político Michel Zaidan, da Universidade Federal de Pernambuco, a criminalização orquestrada contra o PT é dirigida, em parte, por partidos golpistas, que não aceitaram a derrota democrática nas eleições do ano passado.

“Essa questão de criminalização do partido é natural dentro de um regime político aonde você tem, de fato, partidos golpistas, que não aceitam as regras do jogo”, afirma.

Segundo ele, a imprensa, movida por seus próprios interesses, também corrobora com os ataques à sigla.

“A imprensa no Brasil está muito longe de ser realmente democrática em função não somente do monopólio de audiência e multimídia, exercido por poucas famílias, mas pelo fato de que elas se comportam como empresas, que têm interesses e lucros e trabalham em função da realização desses interesses. Ela não é uma parte desinteressada no debate político”, afirma Zaidan.

O cientista político defende a regulação das comunicações no País, com a criação de mecanismos de controle social, com personalidade jurídica e pode normativo. “Do jeito que está, qualquer um pode se juntar e derrubar um governo, fazer uma campanha de difamação e intriga e manipular a opinião pública como nós já estamos vendo”, analisa.

Tratamento seletivo – Além de tratamento diferenciado na imprensa, o partido afirma estar sendo criminalizado seletivamente pela justiça. Um exemplo foi a medida adotada pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, em 2013. Na véspera do feriado da Proclamação da República (15 de novembro), ele acelerou procedimentos para a prisão de réus condenados no julgamento da Ação Penal 470, entre eles, o ex-presidente do PT, José Genoíno e o empresário Marcos Valério.

A medida adotada pelo juiz foi reprovada pelo revisor da ação, o ministro Ricardo Lewandowski, que desejava analisar o caso novamente junto aos demais magistrados na semana seguinte.

Por Victoria Almeida, da Agência PT de Notícias

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