PT tomará medidas judiciais contra crimes da campanha de Bolsonaro

Haddad afirmou ao Valor nesta quinta (18) que candidato do PSL deixou rastro e “nós vamos atrás para saber quem botou dinheiro sujo na campanha de difamação”

O Partido dos Trabalhadores já estuda quais medidas judiciais serão tomadas diante da denúncia de crimes de organização criminosa, caixa 2, calúnia e difamação, lavagem de dinheiro da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) para financiar a propagação de mensagens de WhatsApp com doações empresariais ilegais e ilícitas.

A indústria de notícias falsas criada pela campanha do radical com o apoio milionário de nomes como Luciano Hang, dono da Havan, mostra o envolvimento de empresas na compra de pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp, com contratos que chegaram a R$ 12 milhões. A prática é ilegal.

O candidato a presidente do PT, Fernando Haddad, afirmou que o partido já tem um levantamento “de vários empresários que participaram” do suposto esquema, e que o partido exigirá que tais testemunhas sejam ouvidas em investigações conduzidas pela Polícia Federal.  “Bolsonaro deixou rastro e nós vamos atrás do rastro para saber todo mundo que botou dinheiro sujo numa campanha de difamação”, afirmou Haddad.

Haddad também vê a possibilidade de pedir prisões em flagrante ou preventivas. O partido também formulou uma denúncia na Organização de Estados Americanos (OEA) de fraude internacional. “Já sabemos vários que participaram. E estão vindo à tona os nomes, que nos vamos evidentemente preservar, mas pedir investigação junto à Polícia Federal.”

Apoio de juristas

Uma frente jurídica suprapartidária, com a participação dos maiores criminalistas do país, tem colaborado na formulação de uma série de pedidos de abertura de investigação de crimes cometidos pela campanha de Jair Bolsonaro. O partido não descarta o pedido de impugnação da candidatura de Bolsonaro, o que, se atendido, levaria a um cenário em que o terceiro colocado, Ciro Gomes (PDT), disputaria o segundo turno com Haddad.

Independentemente das questões eleitorais, Haddad pretende buscar, pessoalmente, a reparação das calúnias e ofensas promovidas por Bolsonaro contra ele. “No que me diz respeito, a luta por minha dignidade extrapola 28 de outubro. Vou buscar reparação dos ataques que ele me fez, via internet. Ele patrocinou [difamação da honra] com dinheiro sujo.”

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações do jornal Valor

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