Quase 100% de empregos informais desmente propaganda oficial
“A economia vai de mal a pior e a população está se virando como pode para sobreviver” avalia o senador Lindbergh Farias
Publicado em
Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada ontem (30) mostra que quase 100% das vagas geradas no setor privado neste ano foram informais. Os dados foram extraídos da Pnad Contínua.
Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azevedo, os números apontam para uma tendência de informalidade verificada na geração de emprego recente no País.
A Pnad Contínua mostra que aproximadamente 2,3 milhões de postos foram criados neste ano de 2017, desde o trimestre iniciado em fevereiro.
Destas, o especialista do IBGE avalia que cerca de 1,7 milhão são postos voltados para a informalidade.
Assim, de acordo com Cimar, é possível afirmar que 76% das vagas geradas dentro do ano têm características informais. O restante foi serviço público (511 mil).
Para o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), os números mostram a incapacidade do governo em gerar empregos e alavancar a economia do País.
A geração de empregos formais só virá quando o governo, por meio dos bancos públicos, ampliar linhas de crédito para que o brasileiro volte a ter poder de compra e movimente a economia
“Temer e seus apoiadores prometeram a melhora da economia com o golpe que deram e estamos vendo o oposto. A economia vai de mal a pior e a população está se virando como pode para sobreviver. Isso é um escândalo”, avalia o senador.
O senador ainda criticou a política de austeridade implementada por Michel Temer e Henrique Meireles que tem corroído o poder de compra do salário mínimo, enquanto o governo tem aumentado impostos e diminuído a política de concessão de crédito.
“Vemos todos os dias o valor do gás de cozinha e do litro da gasolina subir, mas não observamos nenhuma ação do governo no sentido de fomentar a retomada econômica. A geração de empregos formais só virá quando o governo, por meio dos bancos públicos, ampliar linhas de crédito para que o brasileiro volte a ter poder de compra e movimente a economia. Só assim teremos uma economia forte que gerará empregos”, apontou.
Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, o rendimento médio do trabalhador informal foi de R$ 1.253 no trimestre encerrado em outubro, 42% a menos que a média de todos os trabalhadores, que foi de R$ 2.127.
O trabalho informal são vagas geradas no trabalho sem carteira (721 mil), empregadores (187 mil), trabalhadores domésticos (159 mil) e por conta própria (676 mil) —modalidades consideradas de menor qualidade em relação aos postos com carteira assinada, protegidos pela lei trabalhista.