Quase 28 milhões de brasileiros estão sem trabalho

Taxa de desemprego ficou estável, mas país está criando mais postos informais. Sem chance de recolocação, resta trabalhar por conta própria ou sem carteira assinada

Roberto Parizotti

A taxa de desemprego permanece em 11,8% e atinge 12,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras no trimestre móvel terminado em agosto, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

O que explica a estabilidade na taxa de desemprego é o aumento do trabalho precário. Mais uma vez a informalidade bateu recorde e atinge 38,8 milhões de brasileiros. Desse total, 11,8 milhões trabalham sem carteira, 24,3 milhões trabalham por conta própria com ou sem CNPJ e 2,19 milhões ajudam em negócios familiares.

Na comparação com o trimestre anterior, o aumento foi 3,6% (+ 411 mil pessoas na informalidade). Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento de 5,9% (+ 661 mil pessoas).

Apesar de estável em relação ao trimestre anterior, o número de trabalhadores por conta própria aumentou 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado, o que representa mais 1,1 milhão de trabalhadores obrigados a recorrer aos “bicos” para sobreviver.

Falta trabalho para 27,8 milhões

 

A pesquisa do IBGE mostra também uma pequena queda na taxa de subutilização. O número de subutilizados passou de 28,5 milhões para 27,8 milhões (-0,7 pontos percentuais).

No grupo subutilizados, o IBGE soma os desempregados, os subocupados – pessoas que precisam e querem trabalhar mais horas, mas não conseguem colocação –, e a força de trabalho potencial – aqueles que na semana da pesquisa não estavam procurando emprego porque não têm dinheiro para passagem ou porque não estão conseguindo.

Outros 4,7 milhões continuam desalentados – cansaram de procurar emprego e não encontrar. Em relação ao período anterior, houve uma queda de 3,9%. Comparado com o mesmo período de 2018, o índice se manteve estável.

O número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas (7,2 milhões) ficou estavel em relação ao trimestre anterior e cresceu 8,5% (ou mais 568 mil pessoas subocupadas) em relação ao mesmo trimestre de 2018.

A força de trabalho potencial (8,0 milhões de pessoas) caiu 4,3% (menos 357 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e ficou estável frente a igual trimestre de 2018.

Rendimento

 

O rendimento médio real (R$ 2.298) no trimestre móvel terminado em agosto de 2019 ficou estável em ambas as comparações, assim como a massa de rendimento real (R$ 209,9 bilhões) do mesmo período.

Por CUT

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