Refinaria privatizada castiga a Bahia com desabastecimento de gás de cozinha
Sindicato dos Revendedores de Gás da Bahia denuncia que aproximadamente metade dos postos de venda de botijões de Salvador e região estão fechados
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A privatização de uma refinaria da Petrobras prejudica a população da Bahia, que sofre com alto preço e escassez de gás de cozinha. A Acelen, empresa que comprou da Petrobras a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), em São Francisco do Conde (BA), não consegue fornecer o produto para as distribuidoras.
De acordo com o Sindicato dos Revendedores de Gás da Bahia, aproximadamente metade dos postos de venda de botijões de Salvador e região estão fechados e o Estado se tornou o campeão de preços elevados do produto.
Criada pelo fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos, a refinaria adotou uma política de custos de combustíveis própria, que aumentou a gasolina e o diesel na Bahia.
O gás que chega no estado baiano é predominantemente produzido na Rlam, que foi privatizada em 2021.
“Barbeiragem”
De acordo com o diretor do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), Radiovaldo Costa, os planos da Acelen não vingaram. A obrigação de fazer uma manutenção na sua unidade de produção de gás acabou paralisando o fornecimento.
“Houve uma ‘barbeiragem’ da atual gestão da Rlam”, criticou Costa. “A Petrobras sempre fez manutenções periódicas e nunca deixou faltar gás.”
Denúncia no TCU
A privatização da Rlam por US$ 1,65 bilhão foi contestada pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep).
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) denunciou a venda ao Tribunal de Contas da União (TCU), pois conforme o estudo, a refinaria valia pelo menos o dobro.
A venda da Rlam faz parte do desgoverno de Bolsonaro em desinvestimentos da Petrobras. Das 14 refinarias que a estatal tinha, oito foram postas à venda nesse programa.
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Problemas de operação
O Sindicato Nacional das Distribuidoras de Gás (Sindigás) ratificou que o desabastecimento de GLP na Bahia é causado por problemas na operação da antiga Rlam.
As empresas recebem gás do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Recife e até importam da Argentina e da Bolívia.
Da Redação, com informações do Brasil de Fato