Brasil avança na transição energética com protagonismo de Lula

Em entrevista ao Café PT, Deyvid Bacelar (FUP) destaca políticas públicas que fortalecem refinarias, biocombustíveis e geração de energia limpa

Reprodução/TvPT

Segundo Bacelar, o Brasil pode ser um grande fornecedor mundial de combustíveis do futuro

O atual cenário internacional abre uma grande oportunidade para o Brasil consolidar sua liderança em energias renováveis, petróleo, combustíveis do futuro e na realização de uma transição energética justa. Essa é a avaliação de Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que agora integra o setorial de energia e mineração do PT. 

Em entrevista ao programa Café PT, da TvPT, nesta segunda-feira (15), ele destacou as políticas públicas do presidente Lula como decisivas para que o Brasil assuma protagonismo mundial na transição energética, não apenas nas Américas, mas em todo o planeta.

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Autossuficiência em vista

Deyvid defendeu a ampliação do número de refinarias e da produção de derivados de petróleo, além do avanço na implantação de refinarias verdes para os combustíveis do futuro. “Apesar do petróleo não ter entrado no tarifaço do Trump, é uma oportunidade ímpar para termos não somente autossuficiência na produção de petróleo, que é algo que já temos por conta do pré-sal, mas também na de derivados, principalmente dos combustíveis utilizados no Brasil”, afirmou. 

Segundo ele, o cancelamento, por Trump, de investimentos em renováveis nos EUA, somado ao tarifaço sobre equipamentos da nova indústria de energia, cria uma brecha estratégica para o Brasil. “Estamos trazendo essa novidade dos combustíveis verdes, sintéticos, combustível no futuro que pode sim ser exportado. O país passa a ter a capacidade e a oportunidade de assumir esse protagonismo mundial na transição energética, que precisa ser justa”.

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Futuro com boas perspectivas

Para Bacelar, com uma matriz energética quase 50% renovável e uma matriz elétrica já em torno de 90% renovável, além de forte potencial em energia eólica e solar, o Brasil se credencia a liderar a produção de energia limpa. “É importante que aproveite essa oportunidade para atrair investimentos internacionais e possa ser esse grande fornecedor não somente de energia renovável, mas também de combustíveis do futuro. Combustíveis sintéticos, não só biocombustíveis”, reforçou. 

Ele também afirma que a nova indústria da transição energética, que recebe atenção especial do vice-presidente Geraldo Alckmin, pode ser fonte de empregos de qualidade. “Não adianta ter a geração de energia eólica e solar importando toda a tecnologia da China e da Alemanha, gerando emprego de qualidade lá fora, e aqui apenas montarmos esses grandes equipamentos. É muito importante que o Brasil assuma esse protagonismo”, disse, manifestando expectativa de que a COP 30 atraia novos investimentos.

Ainda segundo Deyvid, como sexto maior mercado consumidor de combustíveis do mundo, o Brasil precisa expandir refinarias e garantir independência na produção de diesel e gás de cozinha, para não termos mais a necessidade de importação. Hoje, o país ainda importa cerca de 25% do diesel e 40% do gás de cozinha. Com a ampliação das refinarias e avanços nas políticas industriais, esse nível cairia significativamente. 

A importância do Nordeste, onde cresce a produção dos combustíveis sintéticos a partir do hidrogênio verde, também foi citada pelo petroleiro. “O Nordeste tem energia eólica e solar em abundância e pode produzir o e-metanol, o diesel verde, a gasolina verde, a amônia verde, a ureia verde”, disse, citando a Bahia como polo estratégico.

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Brasil: protagonista global

Na avaliação de Deyvid, além de ser grande exportador de petróleo, com cerca de 1,7 milhão de barris por dia, o Brasil deve assumir papel protagonista na transição energética justa. “O PT precisa se debruçar sobre essa potencialidade que o país tem”, afirmou. 

Ele também defendeu que o Estado coordene esses investimentos e mantenha diálogo próximo com comunidades quilombolas, indígenas, ribeirinhas, povos originários e com os trabalhadores, para que a transição gere empregos melhores e renda local. 

E alertou ainda para a necessidade de preservar e potencializar iniciativas como a Petrobras Biocombustíveis (PBio), criada para fomentar a agricultura familiar e gerar renda nas comunidades rurais. “Quando falamos em transição energética justa ela também precisa ser justa para as comunidades que são impactadas, para os trabalhadores e não apenas para o agronegócio”, concluiu.

Da Redação

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