Reserva Chico Mendes é modelo de sustentabilidade

Desde 2012, gestão compartilhada da Resex reúne as ações de instituições governamentais e não-governamentais

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Chico Mendes não foi o único a ser morto porque defendia a Amazônia, mas se tornou um símbolo da luta social e da defesa ecológica

Em 1988, aos 44 anos, Chico Mendes, seringueiro e sindicalista, foi assassinado no Acre, a mando do fazendeiro Darly Alves, porque ele defendia o Seringal Cachoeira que Alves desejava destruir. Dois anos depois do crime, o sindicalista foi homenageado com a criação da Reserva Extrativista Chico Mendes, com mais de 930 mil hectares.

“A criação da reserva fez com quem políticas públicas específicas para o extrativismo fossem criadas”, explica a chefe da Reserva Extrativista Chico Mendes, Silvana Lessa.

Nos 46 seringais da reserva, atuam três associações que têm concessões para exploração de recursos naturais e as famílias moradoras se comprometem a não realizar atividades predatórias que descaracterizem os recursos naturais disponíveis. “É necessário desmistificar a figura do seringueiro com uma roupa rasgada, poronga na cabeça a coletar o látex. Hoje, muitos andam de moto e suas casas possuem o mesmo conforto de uma casa urbana, geladeira, fogão a gás, televisão”, diz Silvana.

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Nos 46 seringais da reserva, atuam três associações que têm concessões para exploração de recursos naturais

Vivem na Unidade de Conservação cerca de 10 mil pessoas que tiram seu sustento da coleta de produtos florestais, da pequena agricultura de subsistência e da pecuária em pequena escala. “Este é o legado de Chico Mendes. Segundo seus companheiros, Chico Mendes alertava que a criação da reserva não era o fim da história. A luta continuava para manter a floresta conservada”, conclui Silvana

A Reserva Chico Mendes é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que decide as ações a serem desenvolvidas em conjunto com os extrativistas.  Desde 2012, a gestão compartilhada da Resex reúne as ações de diversas instituições, governamentais e não-governamentais, responsáveis pelas políticas públicas socioambientais, reunidas em uma central de gerenciamento. As ações propostas são validadas e monitoradas pelo Conselho Deliberativo da Reserva. Foi o primeiro plano brasileiro de gestão compartilhada envolvendo um governo de Estado e o ICMBio, uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, responsável pela administração das UCs federais em todo território nacional.

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Manejo sustentável – Visando o desenvolvimento socioeconômico, dentro de critérios sustentáveis, várias ações foram implementadas na Reserva através de parcerias, entre elas, a fábrica de camisinhas Natex, a indústria de beneficiamento de castanha, o manejo madeireiro comunitário e a construção de açudes na reserva. Além de complementar a renda, a produção de peixes garante a segurança alimentar, reintroduzindo o peixe no cardápio de muitas famílias.

Para fortalecer as atividades extrativistas na Reserva Extrativista Chico Mendes, o ICMBio, em parceria com o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS), iniciou a implementação da primeira experiência de oferta do serviço de Assistência Técnica voltada para o Extrativismo (Ater-Extrativista).

O objetivo é qualificar as atividades de manejo, beneficiamento e comercialização de produtos extrativistas através da organização social, da capacitação e assessoria técnica e da estruturação e ampliação das cadeias produtivas dos produtos da floresta. Os serviços oferecidos pelo primeiro contrato de ATER-Extrativista tiveram início no final de 2013 e terão duração mínima de 30 meses.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Instituto Chico Mendes

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