Richa e Greca substituem política por polícia, condena Rosinha
Presidente PT-PR critica truculência de policiais no protesto de trabalhadores contra o prefeito Greca, na Câmara Municipal de Curitiba, na terça
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Repressão aos trabalhadores em Curitiba
Servidores públicos que protestavam contra o “pacotaço” do prefeito Rafael Greca, de Curitiba (PR), foram alvo de forte truculência, agredidos com cassetetes e gás de pimenta, por parte da polícia nesta terça-feira (20). O episódio remeteu ao “massacre” promovido pela polícia do governador do estado, Beto Richa (PSDB), no dia 29 de abril de 2015, quando mais de 200 pessoas ficaram feridas durante um protesto contra a votação da reestruturação do Paranaprevidência.
Durante o massacre desta terça, a maioria dos manifestantes eram mulheres. Muitas delas eram professoras que protestavam contra a retirada de direitos. Mas a manifestação também teve apoio de várias categorias, incluindo os guardas municipais.
Leia Nota oficial do Partido dos Trabalhadores contra ação policial violenta em ato de trabalhadores
O presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores do Paraná (PT-PR), Doutor Rosinha, criticou a insensibilidade e truculência usada por policiais na repressão aos trabalhadores. Ele acompanhou as negociações dos sindicatos de servidores públicos em greve na Câmara Municipal de Curitiba, que discutiam a retirada de pauta do pacote que prejudica diretamente o funcionalismo e o atendimento à população.
Desde as 22h da segunda-feira (19), a Polícia Militar, à serviço do Legislativo, cercou todo o prédio da Câmara Municipal de Curitiba e bloqueou os acessos dos servidores que queriam acompanhar a sessão de votação. A prefeitura e a base governista queriam mexer na aposentadoria do funcionalismo público municipal, adiar a data-base de 31 de março para 31 de outubro e congelar as carreiras dos servidores.
A sessão foi suspensa ainda no início para acordo de líderes. Impedidos de entrar no prédio para acompanhar, cerca de 30 servidores invadiram o plenário. A PM reprimiu o protesto com spray de gás de pimenta e cassetetes. O contingente de policiais nessa operação não foi divulgado oficialmente, mas estima-se que cerca de 800 militares estivessem distribuídos no interior da Câmara e no cerco do lado de fora. Grande parte deles, do interior do estado, o que podia ser percebido na própria identificação dos veículos maiores de transporte e nas viaturas estacionadas no pátio da Câmara Municipal.
Insensibilidade e truculência na repressão aos trabalhadores
Rosinha criticou Rafael Greca pelo total abandono do governo municipal e descaso com o povo de Curitiba e os serviços públicos. “Está na hora dele sair da sombra do Giovani Geonédis e assumir de fato a Prefeitura”, disse.
Para o presidente estadual do PT, a arrogância do governo e a dificuldade de dialogar com os servidores são as causas do problema.
“Aqui no Paraná desde que o Beto Richa (PSDB) assumiu o governo do Estado e os prefeitos politicamente alinhados a ele também assumiram, a política foi substituída por polícia. É um governo completamente autoritário, que perdeu a capacidade de fazer politica no que diz respeito aos anseios públicos ou dos direitos de cidadania. Isso é visto na violência contra os professores do Estado, contra os servidores municipais e públicos do estado de Curitiba e também contra os movimentos sociais. É um comportamento semelhante ao do Geraldo Alckmin”, complementa.
Falta de compromisso com o povo
Além disso, Dr. Rosinha ainda ressalta que a Prefeitura e alguns vereadores da base governista também demonstram não ter nenhum compromisso com as questões social e humana, uma vez que o pacotaço afeta a dignidade das pessoas e expõe os funcionários públicos à condição de vítimas do braço armado, do forte aparato policial.
“A insensibilidade do comando da PM é uma coisa absurda. Muitos policiais ali dentro estavam constrangidos com essa situação, por serem eles também familiares de servidores municipais, por terem seus filhos em escolas do Município, por serem atendidos e dependentes do serviço público municipal”, acrescentou.
A vereadora do PT, Professora Josete, também manifestou repúdio à truculência para aprovação na marra das medidas. “Hoje é o dia mais triste como vereadora. Nunca vi a Câmara cercada por policiais desse jeito. Esta é a gestão mais antidemocrática da história”, afirmou.
A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), também falou sobre o massacre e lamentou o episódio.
VIOLÊNCIA E TRISTEZAHoje, acompanhamos mais um episódio triste no Paraná. Um novo 29 de abril, desta vez a mando do…
Publicado por Gleisi Hoffmann em Terça, 20 de junho de 2017
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) produziu um vídeo sobre o protesto. Assista:
A resistência mais uma vez impediu o pacotaço. A população esta do nosso lado. Mas a guerra não foi vencida. Agora é hora de conversar com todos e conseguir a retirada do projeto.#resistirelutar
Publicado por Sismuc Sindicato em Terça, 20 de junho de 2017
Oposição na Câmara
Doutor Rosinha defende que a oposição na Câmara solicite urgentemente uma audiência com o prefeito Rafael Greca a fim de impedir a destruição do futuro dos servidores público e também do serviço público de qualidade. “Mexer na progressão funcional e na aposentadoria, o prefeito está destruindo a perspectiva de futuro do servidor e do próprio serviço público”, disse Rosinha.
Mas o presidente do PT também ressalta que a oposição na Câmara é muito pequena. “Temos um número muito pequeno de vereadores e é uma instituição totalmente dependente do Executivo. Eles não exercem com autonomia politica extraordinária. Eles fazem tudo o que o poder Executivo manda”, finaliza.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT-PR
