Sabesp aumenta água em SP e ajuda a puxar inflação em maio

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a subir, fechando o mês de maio em 0,78%. O resultado foi de 0,17 ponto percentual superior ao de abril, que foi de 0,61%. Esta é a taxa mais elevada para os meses de maio desde 2008, quando atingiu 0,79%.

Um dos fatores que puxou o aumento de preços foi o aumento na conta de água e esgoto em São Paulo pela Sabesp de 41,90%, segundo o IBGE. Isso fez com que o grupo “Habitação”, um dos componentes para o cálculo do índice, subisse 1,79%, e a taxa de água e esgoto, 10,79%.

A forte alta da conta de água em São Paulo se deu por dois motivos: um reajuste de cerca de 8,5% na conta de luz em maio e o fim do programa de bônus por economia no consumo. A medida, implementada no período mais intenso da crise hídrica no Estado de São Paulo, dava descontos na conta para quem gastasse pouca água.

Com o “suposto” fim da crise decretado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), o bônus foi suspenso. Para Edson Aparecido da Silva, do Coletivo Luta pela Água, a crise ainda persiste e essa suspensão não deveria ter sido feita. “A Cantatareira e o sistema Alto Tietê ainda não alcançaram nem metade de sua capacidade”, lembra ele. As reservas têm, respectivamente, 44,4% e 46,2%. “Não foram feitas medidas estruturais, como políticas de reuso da água, de redução de perdas no sistema”, explicou.

Além disso, os aumentos na conta de água em São Paulo são historicamente acima da inflação. Segundo Silva, de novembro de 2013 a maio de 20116, a conta de água subiu 37,35%, 14,63 pontos percentuais acima da taxa de inflação do período, de 22,72%.

“Isso ocorre porque a Sabesp é uma empresa que trata saneamento completamente como mercadoria” , afirma Silva. “Para gerar mais lucro, ela suprimiu o bônus, que gera um aumento na conta e ainda estimula o consumo de água”, explica.

Da Redação da Agência PT de Notícias