Sanfoneiro viaja de Pernambuco a Curitiba para tocar para Lula
“Sabemos que estamos com um golpe em curso e queremos que Lula esteja livre já”, disse o sanfoneiro, que também é bacharel em direito
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“Minha vida é andar por este país” é um dos trechos da música de Luiz Gonzaga que o pernambucano Leo Damasceno levou na bagagem junto com sua sanfona para tocar na visita que fez em solidariedade ao ex-presidente Lula, na quinta-feira (10), em Curitiba. Damasceno, que é deficiente visual, ficou no acampamento Marisa Lula Letícia, montado em um terreno próximo ao prédio da Superintendência da Polícia Federal.
O pernambucano escreveu uma carta para a juíza Carolina Lebbos, por e-mail, solicitando a permissão para visitar o ex-presidente. Segundo o sanfoneiro, a carta enviada em primeiro de maio até agora não obteve resposta. Contudo, ele não desistiu de prestar sua solidariedade a Lula na sede da PF, onde está mantido como preso político. “Peguei o e-mail da juíza com o Martinho da Vila, que também escreveu pra ver o Lula. Mas, acho que ela também não respondeu”, disse.
Além de tocar acordeom, Damasceno tem formação em Direito e diz que o País atravessa uma situação de golpe. “Sabemos que estamos com um golpe em curso e queremos que Lula esteja Livre Já, para que a gente possa contribuir da melhor maneira para restaurar o caminho do Estado democrático e de direito”, afirmou, enquanto fazia conexão para Curitiba em um aeroporto de São Paulo.
“Se eu tiver a oportunidade de falar com Lula vou dizer que estou aqui com o coração de todos os pernambucanos, assim como dos brasileiros, que estamos solidários”, destacou.
Damasceno tocou “aquela música que Lula gosta muito” a canção de Luiz Gonzaga, Vida de Viajante, a qual cantarola um dos trechos na entrevista. Contudo, queria dar de presente “uma música emblemática nossa”: Madeira que Cupim Não Rói. A canção é um tradicional frevo de bloco do carnaval pernambucano, composto pelo maestro Capiba.
O sanfoneiro rememorou trecho da letra que compôs seu repertório musical no acampamento Lula livre. “Queiram ou não queiram os juízes, o nosso bloco é de fato campeão. E se aqui estamos, cantando essa canção, Viemos defender a nossa tradição, e dizer bem alto que a injustiça dói. Nós somos madeiras de lei que cupim não rói”.
Por Cátia Oliveira, do PT Pernambuco