Seguindo a cartilha de Bolsonaro, Moro foge ao debate sobre seu kit catástrofe

O ministro da Justiça Sérgio Moro tem se mostrado cada vez mais alinhado com a política antidemocrática de Jair Bolsonaro (PSL). Depois de apresentar um anteprojeto em que o policial poderá matar em serviço, o ex-juiz adota a mesma tática de seu mentor e foge do debate.

Em nota publicada no Painel da Folha de S. Paulo nesta quarta-feira (13), o ministro recusou o pedido do Instituto de Garantias Penais (IGP) para fazer um debate público com a sociedade sobre o seu pacote catastrófico. Por meio de um ofício, Sérgio Moro disse que não é obrigado a fazer o evento e numa postura antidemocrática se recusou a falar sobre suas medidas.

O kit catástrofe de Sérgio Moro teve uma repercussão muito negativa na imprensa internacional e também recebeu questionamentos de especialistas no Brasil. O Instituto Carioca de Criminologia classificou o pacote do ministro como “oportunista e fora da realidade.”

Em reportagem publicada também nesta quarta-feira (13) no Brasil de Fato, o advogado criminalista Fernando Hideo Lacerda defende que o pacote de Moro “foi mal redigido de propósito”. O especialista afirma. “É intencionalmente ruim para deixar ambíguo e aberto. Quanto mais aberto, mais vago o conceito, maior a discricionariedade do agente do sistema de justiça manipular conforme seus interesses.”

A Vice Brasil publicou uma reportagem, nesta terça-feira (12), na qual os policiais militares, o Coronel Adilson Paes da PM de São Paulo e Elisandro Lotin de Souza, sargento da Polícia Militar de Santa Catarina, também criticam medidas adotadas pelo ministro.

Coronel Paes afirma. “Este projeto de lei não vai trazer mais segurança pública, vai trazer mais insegurança, mais tensão, mais medo e mais possibilidades de desgraça, infelizmente.”

O sargento Lotin faz ainda outra ponderação sobre o pacote. Ele [Sérgio Moro] vai aumentar o número de presos e o sistema prisional é o maior fornecedor de mão de obra para o crime organizado. Eles vão bater e voltar e não se discutiu o sistema prisional.”

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Folha de S. Paulo, Brasil de Fato e Vice Brasil