Segunda denúncia contra Temer tem mais força, dizem deputados

Para Wadih Damous e Paulo Pimenta, segunda denúncia contra o presidente golpista têm indícios fortes e deve ser aceita pela Câmara dos Deputados

Beto Barata/PR

Posse de Temer no dia 31 de agosto de 2016

Para os deputados Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Pimenta (PT-RS), a segunda denúncia contra o presidente golpista Michel Temer (PMDB) terá mais chance de ser aceita na Câmara dos Deputados do que a primeira.

No último dia 11, o então procurador-geral da República Rodrigo Janot, em sua última semana no cargo, ofereceu denúncia sobre o presidente golpista Michel Temer (PMDB). O presidente, junto à deputados do PMDB na Câmara e ministros de seu partido, teriam recebido R$ 587 milhões em propina de órgãos públicos, como Petrobras, Furnas, Ministério da Integração Nacional, Caixa Econômica Federal, Secretaria de Aviação Civil, Ministério da Agricultura e até mesmo a Câmara dos Deputados.

Na denúncia, Janot detalha as negociações e conversas feitas pelos denunciados para conseguir benefícios. Para Pimenta, Temer está mais enfraquecido, e a denúncia traz elementos mais consistentes sobre o funcionamento da estrutura criminosa dentro do aparelho do Estado. “Inclusive detalhando a maneira como cotidianamente Eduardo Cunha e Michel Temer se reuniam para traçar estratégias e articulações para o impeachment”, afirmou ele.

No dia 2 de agosto, a Câmara dos Deputados rejeitou a primeira denúncia contra o golpista.

Apesar da vitória, a avaliação dos petistas é que Temer saiu enfraquecido da votação. Os deputados do PT votaram não ao relatório em unanimidade, pedindo o prosseguimento da denúncia. Mas por meio de compra de votos e troca de cargos, Temer conseguiu barrar o pedido.

Para Damous, há elementos indiciários muito fortes, como detalhes de negociações para a compra de deputados a favor do impeachment, por exemplo. “A Câmara, se quiser cumprir o seu papel Constitucional, deve aceitar a denúncia”, disse ele.

“É o mesmo que nós dissemos na primeira. Aqui não vamos dizer se ele é culpado ou inocente. Aqui é só receber a denúncia”, disse ele. “O que não pode é a Câmara ficar aqui servindo de anteparo para organização criminosa”, apontou.

Os dois deputados lembraram que a popularidade de Temer conseguiu piorar ainda mais após a primeira denúncia.

“A aversão a ele cresceu no meio da população brasileira. O poder de fogo dele em relação a comprar deputados está muito diminuído”, disse.

Segundo Pimenta, a possível delação do ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso na última semana, deve dar ainda mais detalhes sobre a atuação criminosa do presidente golpista. “O que deixará absolutamente insustentável a permanência desse grupo criminoso no Palácio do Planalto”, diz.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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