Segundo Opas, saída de cubanos pode levar a 37 mil mortes de crianças

Estudo realizado pela organização responsável por convênio com Cuba alerta para possível aumento de óbitos entre menores de 5 anos

UNB

Exposição sobre o Mais Médicos na Faculdade de Ciências da Saúde da UnB

De acordo com um estudo encomendado pela Organização Pan-Americana de Saúde que aborda o impacto do Mais Médicos no Brasil, o país poderá ter 37 mil mortes adicionais de crianças menores de cinco anos até 2030 com o fim da atuação de profissionais cubanos. Se o programa inteiro for encerrado, o número pode chegar a 42 mil mortes nessa faixa etária.

O dado expõe a importância do programa para a atenção básica em saúde, especialmente em municípios pobres e isolados, onde muitas mortes são facilmente evitáveis com medidas de prevenção.

Apresentado pelo coordenador do Mais Médicos da OPAS, Gabriel Vivas, o trabalho foi encomendando no ano passado. O  ponto de partida do estudo foram os ganhos nos indicadores de saúde alcançados na saúde do País desde a implantação do programa, em 2013.

Em 2012, antes do programa, a cobertura da Estratégia de Saúde da Família era de 59,4%. No ano seguinte, passou para 59,6%. Já em 2014, um ano após a criação do Mais Médicos, esse índice saltou para 66,9% e continuou crescendo até alcançar 70% em 2017.

Até o rompimento com Cuba, o Mais Médicos contava com 8.556 profissionais recrutados pelo acordo de cooperação, o que representava 51,21% da força de trabalho.

O relatório aponta que a Estratégia de Saúde da Família tem sido o principal mecanismo para induzir a expansão da cobertura de atenção primária de saúde. Esse modelo, quando comparado a outras formas de organização de atenção primária existentes no país, apresenta melhores resultados quanto à ampliação do acesso ao sistema de saúde e em indicadores como diminuição de internações por condições evitáveis, redução da mortalidade infantil, materna e por causas preveníveis.

Para a integrante da OPAS no Brasil, Renato Tasca, que deu entrevista ao Broadcast, a presença dos cubanos em áreas carentes, geralmente preteridas por médicos brasileiros, explica o grande impacto desses profissionais. “Eles atuavam em regiões onde a carência na assistência era muito significativa. Nesses locais, crianças morriam por diarreia, por falta de assistência básica”, completa.

Da redação da Agência PT de notícias, com informações da ONU e do Broadcast

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