Sem auxílio, Bolsonaro empurra 27 milhões para extrema pobreza
No início do ano, 12,8% da população passou a viver com menos de R$ 246 por mês, segundo dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnads) Contínua e Covid-19. Sem vacinas a curto e médio prazo nem um pacote de estímulos à economia, quadro de miséria será agravado, especialmente entre os jovens
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O desastre econômico provocado pelo presidente Bolsonaro e o ministro da Paulo Guedes dizimou conquistas sociais dos tempos de Lula e Dilma na Presidência e trouxe a fome e a miséria de volta ao cotidiano dos brasileiros. Com o fim do auxílio emergencial, nada menos do que 27 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza extrema, um índice maior do que o registrado em 2011.
Segundo dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnads) Contínua e Covid-19, da FGV Social, cerca de 12,8% da população passou a viver com menos de R$ 246 por mês. Com a piora do quadro sanitário e sem uma perspectiva de uma campanha de vacinação a curto e médio prazo, muito menos um pacote de estímulo à economia, o massacre contra as populações mais vulneráveis deverá aumentar e produzir mais miséria.
“O efeito negativo da pandemia sobre a renda dos mais pobres já tenderia a ser prolongado levando-se em conta a recuperação difícil que o Brasil tem à frente (quase sem espaço no Orçamento público para novas rodadas de auxílio emergencial), o aumento das mortes pela Covid-19 e o atraso no planejamento da vacinação”, descreve reportagem da ‘Folha de S. Paulo’, publicada neste sábado (30).
Além disso, os jovens também serão prejudicados em função da perda do ano letivo nas escolas, principalmente da rede pública. Segundo a FGV, cada ano de ensino pode corresponder a um ganho de 15% no salário futuro e aumenta em 8% as chances do jovem ser contratado para um emprego.
Como a redução das atividades nas escolas particulares foi menor do que na rede pública, haverá um aumento da desigualdade entre ricos e pobres por região, aponta a Fundação.
“No geral, os jovens, os sem escolaridade, os nordestinos e os negros foram os que mais perderam renda do trabalho na pandemia”, relata o jornal, apontando para um dado catastrófico: atualmente, cerca de 35% dos jovens brasileiros nem trabalham nem estudam — o índice era de 25% no final de 2014.
“É um péssimo começo de década”, confirmou o diretor da FGV Social, Marcelo Neri ao jornal. “Ao longo dos últimos muitos anos, como um relógio, tivemos aumento nos anos de estudo, com impactos positivos na renda e na queda da desigualdade. Desta vez, isso foi interrompido”, comparou.
De acordo com a FGV Social, o tempo de estudo dos jovens despencou de 4 horas para 2 horas e 23 minutos por dia. A queda foi mais acentuada para alunos de escolas públicas.
Da Redação, com informações de ‘Folha de S. Paulo’