Senadores golpistas: Alcolumbre e a campanha mais cara do Amapá
Acusado de captação ilícita de votos, formação de quadrilha e fraude em licitações, senador quer “passar a limpo” o Brasil
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Em artigo intitulado “Passando o país a limpo”, publicado na última terça (10) em seu perfil em uma rede social, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) discorreu sobre a votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Senado e afirmou que os brasileiros esperam que sejam resgatadas “todas as qualidades que os agentes políticos e públicos carregam consigo”. Mas é difícil acreditar que o senador esteja se referindo aos próprios atributos.
Acusado de abuso do poder econômico e apresentação de notas frias em prestação de contas de sua disputa ao Senado, Alcolumbre teve, proporcionalmente, uma das campanhas mais caras do país em 2014, gastando R$ 2.036.617,00.
O senador, que iniciou a carreira política como vereador e foi duas vezes deputado federal, é também alvo de investigação referente a abuso de poder político e de autoridade e captação ilícita de sufrágio, em esquema envolvendo a celebração de convênios milionários entre o Estado do Amapá e a prefeitura de Macapá para a realização de obras de asfaltamento, além do uso de veículos de comunicação custeados com recursos públicos.
Na mesma acusação, consta a suspeita de que tenha constrangido servidores comissionados da prefeitura de Macapá a apoiá-lo, sob pena de serem demitidos, e do Batalhão de Operações Especiais da PM/AP e do Corpo de Bombeiros Militar, sob pena de transferência para outra unidade ou represálias.
Em 2005, Alcolumbre foi investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por supostos crimes contra a administração pública e de formação de quadrilha. O processo teve origem com a Operação Pororoca, realizada pela Polícia Federal em 2004 para desbaratar uma quadrilha que fraudava licitações. Segundo a PF, o grupo fraudou licitações de pelo menos 17 obras públicas do Amapá, que juntas totalizavam R$ 103 milhões. O esquema envolvia desvio de dinheiro público por meio do superfaturamento de obras na área da Saúde executadas por uma mesma empreiteira. Parte das verbas era liberada por meio de emendas.
Apesar de se mostrar muito preocupado em “limpar” o país, o senador também não soube explicar por que, durante seu mandato como deputado, gastava toda sua cota mensal de combustível no posto Salomão Alcolumbre & Cia. LTDA, em Macapá, de propriedade de seu tio. As normas de uso da verba indenizatória da Câmara dos Deputados proíbem a utilização da cota para ressarcimento de despesas relativas a bens fornecidos ou serviços prestados por empresa da qual o proprietário seja o deputado ou parente de até terceiro grau.
Da Redação da Agência PT de Notícias