Senadores golpistas: Ana Amélia e a falsa indignação com a corrupção

Senadora gaúcha votou contra o fim do financiamento empresarial de campanhas e omitiu bens em sua declaração à Justiça eleitoral

Ana Amélia em mais uma investida antidemocrática

Questionada sobre o fato de seu partido, o PP, liderar a lista de políticos suspeitos de participação no esquema de corrupção da Petrobras, a senadora Ana Amélia Lemos (RS) declarou que avaliaria a possibilidade de deixar a legenda.

No entanto, a candidata derrotada ao governo do Rio Grande do Sul, em 2014, perdeu uma excelente oportunidade de demonstrar, de fato, sua indignação com a corrupção. No ano passado, Ana Amélia votou contra o financiamento empresarial de campanhas eleitorais, medida reconhecida como essencial para acabar com a preponderância do poder econômico nas eleições e cortar o mal da corrupção pela raiz.

Integrante da bancada ruralista, estigma que rejeita, a senadora também não deu bom exemplo durante sua campanha, quando omitiu da declaração de bens à justiça eleitoral uma série de bens e imóveis, dentre os quais uma fazenda de 1,9 mil hectares, localizada em Goiás. A denúncia foi feita pelo site “Sociedade Política” e, à época, a campanha da senadora solicitou ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-RS) que retirasse o site do ar, pedido que foi indeferido.

Os posicionamentos antidemocráticos de Ana Amélia têm origem remota. Ela foi durante 30 anos jornalista do Grupo RBS, conglomerado de comunicação gaúcho que tem como subsidiárias várias emissoras de TV aberta afiliadas à Rede Globo. Os dois grupos foram apoiadores da ditadura militar.

Defensora da moralidade nas nomeações de cargos públicos, em 1986, a senadora foi secretária parlamentar, por cargo em comissão, do próprio marido, o então senador biônico Octávio Omar Cardoso, liderança da extinta Arena, já falecido. O problema é que Ana Amélia acumulou essa função com o cargo de diretora da sucursal do Grupo RBS, em Brasília.

A atividade parlamentar da senadora é bastante intensa. Entre 2010 e 2014, segundo levantamento feito pelo jornalista Luiz Afonso Franz no site do Senado, Ana Amélia havia apresentado 57 projetos. Entretanto, apenas um chegou a ser aprovado, denominando o trecho da rodovia BR-287, localizado entre as cidades de São Borja e Santiago, de “Rodovia José Pereira Alvarez”, homenagem ao pecuarista de mesmo nome que foi prefeito de São Borja.

No período, a senadora fez 19 requerimentos para viagens, realizadas entre outubro de 2011 e abril de 2014. Para essas atividades, ela licenciou-se do Senado por nada menos que 74 dias. Mas ainda sobrou tempo para produzir algumas dezenas de requerimentos para oferecer congratulações a emissoras de rádios, jornais e revistas.

Da Redação da Agência PT de Notícias

 

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