Sindicatos convocam ocupação de Brasília de 15 a 19 de maio
Centrais sindicais vão à capital pedir a parlamentares que eles fiquem com a população, e não com Temer. Ou haverá nova Greve Geral, ainda maior
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Reunião das nove centrais sindicais realizada na sede da CUT nesta quinta-feira (4), definiu que será convocada uma ocupação de Brasília por sindicatos, movimentos sociais e representantes da sociedade civil entre os dias 15 e 19 de maio. Também serão feitas visitas a gabinetes de parlamentares.
Caso o governo usurpador de Michel Temer não reveja os processos de desmonte dos direitos trabalhistas e da Previdência que seguem na Câmara e no Senado, será convocada uma nova Greve Geral.
“Existe a possibilidade de uma nova Greve Geral ainda maior e mais forte que a do dia 28 de abril se as ações que nós fizermos daqui até a ocupação de Brasília não gerarem frutos”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas.
Segundo o líder da Central Única dos Trabalhadores, “o governo está pressionado, a opinião pública é contrária às reformas. Nós temos condição, com o apoio da sociedade, de reverter essas propostas”.
Vagner avaliou ainda que as condições de negociação para a retirada das propostas de reformas trabalhista e da previdência melhoraram após o dia 28, quando aconteceu “a maior Greve Geral da nossa história”. E complementou: “De 8 a 12 estaremos em Brasília visitando cada senador e cada deputado, falando da nossa contrariedade em relação as propostas do governo e, acima de tudo, que a sociedade é contrária a elas”.
Ele explicou que irá levar um recado simples aos parlamentares: “O Temer já é carta fora do baralho, se você quer continuar sendo parlamentar, vote com os trabalhadores, se quer se suicidar junto com o Temer, é um problema seu”.
O secretário geral da Intersindical, Edson Carneiro Índio, afirmou que “a reunião apontou um calendário importante que passa sobretudo por ocupar Brasília. Estar em Brasília na semana que se vota o texto da previdência em plenário”.
Ele também destacou “a importância da unidade ampla de todos os setores socais, das centrais sindicais, dos movimentos sociais, dos setores progressistas e democráticos”. Para ele, a unidade é “fundamental para barrar o desmonte de direitos”.
“Hoje o desafio é como a gente compatibiliza os diversos ritmos e experiências”, avaliou Índio. “Há setores mais avançados, com mais pressa, há setores sociais com maios dificuldade de compreender a gravidade da situação, há categorias com mais tradição de luta e categorias com mais dificuldade de organização. A questão é como ajustar os passos”.
Presos políticos
A reunião das centrais também tirou uma moção de solidariedade aos presos políticos do dia 28 de abril, Luciano Firmino, Ricardo Santos e Juraci Santos, do MTST. “Foi tirado na reunião toda a solidariedade a todos os presos políticos da greve. A greve não existe sem que tenha algum tipo de enfrentamento, quem não gosta de enfrentamento não gosta de democracia”, afirmou o presidente da CUT.
Índio afirmou que existe a ”solidariedade de todo o movimento dos sindicalistas aos três companheiros presos políticos da Greve Geral. Estão presos por lutar e lutar não é crime”.
Prefeitura de São Paulo
A reunião ainda definiu que todas os sindicatos de São Paulo devem processar o prefeito João Dória (PSDB) por ter chamado os grevistas de “vagabundos” e por ter cortado o ponto dos funcionários que não fosse trabalhar.
“Também tiramos um processo na cidade de São Paulo contra o prefeito João Dória por ter nos chamado de vagabundos, ter trabalhado no sentido de impedir a greve, usurpado das suas atribuições enquanto prefeito de São Paulo. Será processado”, afirmou Freitas.
“Estamos orientando que cada sindicato de São Paulo, não apenas dos servidores públicos municipais, que todos os sindicatos de São Paulo abram processo contra o senhor João Dória. Ele está achando que vai surfar na onda para aparecer às nossas custas, nós vamos criminalizá-lo”, acrescentou o presidente da CUT.
Da Redação da Agência PT de notícias