Com movimento vitorioso, centrais preparam novos atos

“Temos de continuar. Vamos ocupar Brasília e não permitir que haja votação de retirada de direitos”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas

Lutas contas reformas e por eleições diretas segue se golpistas não recuarem

Greve Geral do dia 28 de abril e as manifestações do 1º de maio foram históricas, tanto em termos de adesão da população, como para reafirmar uma pauta clara: o povo não aceita a retirada de direitos nem o governo ilegítimo de Michel Temer.

Agora resta aos deputados da base governista pensarem se irão escutar a população, ou se vão manter o apoio ao governo usurpador. Enquanto isso, centrais sindicais e movimentos sociais já se articulam para seguir pressionando contra o desmonte da previdência e da CLT, e por eleições diretas, com previsão de mais uma greve.

Com cerca de 35 milhões de trabalhadores parados, quase um terço da população economicamente ativa, a Greve Geral é considerada uma grande vitória. “É um recado muito duro do povo brasileiro aos congressistas e ao governo golpista de Temer”, disse o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre. “Desde o início, estávamos convencidos de que seria a maior greve da história do Brasil, e foi”, acrescentou.

“Estamos na ofensiva e temos de continuar. Vamos ocupar Brasília integralmente e não permitir que haja votação de retirada de direitos”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas.

O presidente da CTB, Adilson Araújo, disse que “a sociedade está convencida de que as ruas são o remédio para romper com o conservadorismo, e quer uma resposta para o caos social que se verificou após a instalação desse golpe contra o voto democrático e popular”.

“O caminho é fortalecer a construção unitária das centrais sindicais, trabalhadores e movimentos sociais. Assim, a gente vai conseguir sacudir a poeira, dar a volta por cima e apresentar uma nova agenda para a sociedade”, acrescentou Araújo.

Nesta terça-feira (2), as centrais se encontraram com a bancada do PT, com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e com o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para debater o destino da Reforma Trabalhista.

Na próxima quinta-feira, representantes das centrais e de movimentos sociais vão se reunir para discutir os próximos passos. As alternativas são uma marcha de 100 mil pessoas até a capital federal ou uma nova Greve Geral. Também é possível que ambas as ações aconteçam.

Para Freitas, “parece que o Senado já entendeu que foi feito um atentado contra a classe trabalhadora. Vamos tratar disso e da necessidade de adiamento da Reforma Previdenciária, especialmente neste momento em que Ibope e Datafolha atestam o que CUT e Vox Populi já diziam: mais de 70% das pessoas são contra as reformas de Temer, o presidente mais impopular da história, que não tem legitimidade e credibilidade”.

De acordo com pesquisa Datafolha divulgada no último dia 30, 71% são contra o desmonte da Previdência. “Volto a dizer a dizer aos parlamentares, o Temer não tem compromisso com popularidade, porque tem prazo de validade, vamos tirá-lo já ou até outubro. Já os deputados e senadores que quiserem continuar vão ter de ter voto e quem votar nas reformas teremos o prazer de divulgar para que não se reelejam em 2018”, alertou o presidente da CUT.

Liderança do MTST, Guilherme Boulos publicou artigo na revista “Carta Capital” onde afirma que, caso as reformas continuem caminhando no Congresso, “não restará outra alternativa aos movimentos sociais senão aumentar a contundência das mobilizações. Novas greves gerais poderão ser convocadas. E principalmente o deslocamento do eixo de mobilizações para Brasília, com forte potencial de radicalização. E não será a radicalização de pequenos grupos, alvo fácil para a estigmatização midiática. É possível que, pela primeira vez em décadas, vejamos o fenômeno de radicalização de massa no Brasil”.

Reforma trabalhista

A Câmara dos Deputados aprovou na noite da quarta-feira (26) a reforma trabalhista proposta pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB).

O projeto altera mais de 100 pontos da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Entre as alterações, a medida estabelece que nas negociações trabalhistas poderá prevalecer o acordado sobre o legislado e o sindicato não mais precisará auxiliar o trabalhador na rescisão trabalhista.

Desmonte da Previdência

A proposta de desmonte da Previdência é um dos projetos prioritários do golpe. As mudanças, previstas na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 e encaminhadas pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB) ao Congresso Nacional, vão alterar garantias constitucionais e acabam com a seguridade social no Brasil.

Além de estabelecer idade mínima de 65 anos para aposentadoria, Temer quer acabar com os direitos especiais das mulheres, dos trabalhadores e trabalhadoras rurais e dos professores e professores.

O PT preparou um folheto explicando quais serão os principais ataques aos trabalhadores. Além disso, o partido apresenta sugestões (veja aqui), e ao contrário da proposta do  governo golpista, as propostas do PT passam por aumentar o direito dos trabalhadores, e não retirá-los, como Michel Temer deseja fazer.

Da Redação da Agência PT de notícias

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