Solidariedade e resistência são marcas do acampamento contra golpe
Montado em Brasília, Acampamento Nacional pela Democracia e Contra o Golpe é símbolo de solidariedade na luta pela democracia e deve reunir 200 mil até domingo
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Com a expectativa de receber cerca de 200 mil pessoas até o próximo domingo (17), o Acampamento Nacional pela Democracia e Contra o Golpe, montado ao redor do Ginásio Nilson Nelson, área central de Brasília (DF), mostra na prática como a solidariedade e a luta pela democracia podem unir a sociedade.
O acampamento reúne movimentos populares, centrais sindicais, entidades estudantis, coletivos de cultura e comunicação de todo o País. São pessoas de diversas origens, cores e raízes que se uniram pelo mesmo propósito: defender a democracia e as conquistas do povo brasileiro.
É o que atesta Rafaela Alves, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) que está na coordenação geral do acampamento. “Aqui com certeza é o acampamento de grande solidariedade e de grandes convicções de luta, sobretudo. O sentimento de solidariedade do povo é muito bonito e nos dá a certeza que estão entendendo o que está acontecendo no nosso País nesse momento”, destacou.
A solidariedade está por todos os lados do Acampamento Nacional pela Democracia e Contra o Golpe, seja na brigada da limpeza, da segurança, seja da comissão que prepara o almoço dos acampados.
Compondo a brigada médica, o médico brasileiro formado em Cuba, Wesley Caçador Soares, está atendendo de forma voluntárias as pessoas presentes ao acampamento.
“Estamos trazendo 12 médicos formados em Cuba para fazer plantões a partir de quinta. Eu estou aqui acampado já há três dias e atendendo a população que se encontra aqui no acampamento”, afirmou.
Quando voltou ao Brasil em 2009, após concluir os estudos em Cuba, Dr. Soares fundou a Associação Médica Nacional Maíra Fachini, que ajudou a construir o Programa Mais Médicos, implantado por Dilma em 2013.
Segundo ele, é essa associação médica que está organizando a brigada de saúde, junto com a Rede Nacional de Médicos Populares, o Centro de Estudos Brasileiros sobre Saúde Pública e o Núcleo de Estudos de Saúde Pública da Universidade de Brasília (UnB).
A representante do MPA contou que o acampamento é mantido com doações e solidariedade da população.
“A sociedade aqui de Brasília tem sido muito solidária, trazendo alimentos e outros materiais. Então está aberta a nossa campanha de doações para a manutenção do nosso acampamento, sejam utensílios de cozinha, material de limpeza, alimentos, água, barracas, colchões”, disse Rafaela Alves.
Segundo ela, o domingo (17) será o dia de mostrar a luta daqueles que defendem a democracia e o projeto popular para o Brasil.
“Nossa expectativa é chegar no dia 17 com mais de 200 mil pessoas na Esplanada, que para nós é o dia que vamos reforçar e fortalecer essa nossa grande marcha do povo que acredita que é necessária uma luta contra o golpe e pela democracia, pelo direito dos trabalhadores e, portanto, é o povo que defende o projeto popular para o País e não um projeto de atraso”, explicou.
São Paulo
Na capital paulista, movimentos sociais também ocupam praças do centro de São Paulo e no bairro de Pinheiros, para marcar posição contra o pedido de impeachment de Dilma.
Com barracas montadas na praça do Patriarca, em São Paulo, desde o dia 4 de abril, diversos movimentos sociais se uniram para coordenar o acampamento contra o golpe no ponto central da cidade. A ideia é marcar posição constante, noite e dia, contra o impeachment da presidenta até o dia da votação, no próximo domingo (17).
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias