Sonegação no Brasil supera em 26 vezes os investimentos nos estádios

Somente no ano passado,  Brasil perdeu R$ 415 bilhões em impostos, segundo o Sinprofaz

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A soma de todos os impostos sonegados no Brasil nos últimos seis meses ultrapassa em 26 vezes o valor investido pelo governo nos estádios para a realização da Copa do Mundo de Futebol. No ano passado, o Brasil perdeu mais de R$ 211 bilhões em impostos não pagos, segundo estudo encomendado pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). O governo investiu R$ 8 bilhões nas arenas que receberão os jogos do Mundial.

O montante sonegado é oito vezes superior ao repassado anualmente ao programa Bolsa Família, que atende cerca de 50 milhões de pessoas no País.

Para se ter uma ideia, com esse valor seria possível construir mais de 15 milhões de salas de aula equipadas, sete milhões de postos de saúde, sete mil presídios de segurança máxima, quatro milhões de postos policiais ou 6 milhões de casas populares, por exemplo.

A contabilidade dos valores da sonegação fiscal é feito por meio do “Sonegômetro”. O instrumento faz parte da campanha “Quanto Custa o Brasil para você?”, do Sinprofaz. Os cálculos consideram apenas os principais tributos federais, estaduais e municipais.

Segundo o ranking, o valor total não pago em impostos em 2013 soma R$ 415 bilhões. Isso corresponde a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2011, que foi de R$ 4,15 trilhões.

“A sonegação é brutal”, disse o  presidente do Sinprofaz, Heráclio Camargo.

O estudo Sonegação no Brasil – Uma estimativa do Desvio da Arrecadação, do sindicato, mostra que se não fosse a sonegação, o governo poderia diminuir a carga total tributária. “Quando todo mundo paga, paga-se menos”, observa Heráclio.

Somente no ano passado, o valor sonegado no País foi superior ao total arrecadado com o Imposto de Renda em 2011, que foi de R$ 278,3 bilhões, e mais da metade do valor dos tributado sobre bens e serviços, R$ 720 bilhões.

Para Heráclio, é preciso conscientizar a população e punir com mais rigor, especialmente, os empresários da lista dos grandes sonegadores.

 

Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias

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