Artigo: A história não contada, por Almir Aguiar
134 anos da Lei Áurea: não há desenvolvimento sem a emancipação da comunidade negra
134 anos da Lei Áurea: não há desenvolvimento sem a emancipação da comunidade negra
A lógica da escravidão permanece viva no país. E, pior, em crescimento: em 2021, mais de 1.900 pessoas foram resgatadas do trabalho análogo à escravidão
Documento registra diversos dados que comprovam impactos desproporcionais para a população negra no Brasil. Durante a pandemia da Covid-19, jovens e mulheres negras sofreram aumento na violência e no desemprego
Em todas as regiões do país e até no exterior ocorreram atos contra o extermínio do povo negro, a favor da vacina e pelo Fora Bolsonaro!
Negros e negras da Juventude do PT reafirmam neste dia: “Nem bala, nem Covid, nem fome… Não nos prostraremos diante de nenhuma dessas ameaças.”
“Três séculos de tortura, assassinato, privação de liberdades e estupros não se apagaram em 133 anos de abolição da escravatura. O genocídio continua”, adverte a vereadora Dandara Tonantzin, do PT de Uberlândia (MG)
Todos os índices sociais que apontam para o aumento do desemprego, redução da renda e elevação da miséria, afetam muito mais a negros do que brancos. São os números oficiais. Por trás dos números, o racismo.
A escravidão de ontem é o martírio cotidiano de hoje, da humilhação e do descaso, do prato vazio, do “não” recebido a uma resposta de emprego, da falta de Educação, da violência e do ódio, das mães que se ajoelham e choram o assassinato do filho
“Lá atrás, existiam senzalas e chibatas. Hoje, não é nada diferente. Negam a cidadania e a vida continua valendo nada”, denuncia o senador Paim. “O numero de mortes da população negra em meio a pandemia é consequência da ausência do Estado, que não cumpre seu papel na promoção da igualdade na sociedade”, denuncia o Secretário Nacional de Combate ao Racismo do Partido dos Trabalhadores, Martvs Chagas. Segundo a deputada Benedita Silva (PT-RJ), apenas no curto período de 13 anos dos governos Lula e Dilma houve disposição política para tentar reverter esse quadro.
O povo negro de hoje continua largado à própria sorte e banido dos capítulos da cidadania e da inclusão social, denuncia Paim. Como eternizou Elza Soares: “A carne mais barata do mercado é a carne negra. Que vai de graça para o presídio. E para debaixo do plástico. E vai de graça para o subemprego. E para os hospitais psiquiátricos”.