Tamires Sampaio: políticas de segurança devem proteger a vida da população

Tamires Sampaio, assessora especial do Ministério da Justiça e Segurança Pública e coordenadora do Pronasci– Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania foi a entrevistada do programa Café PT, exibido nesta sexta-feira (26) pela TvPT.

Durante o Café PT, Tamires Sampaio aproveitou para explicar os objetivos centrais do Pronasci.

“Segurança com cidadania, é essa ideia de que a segurança precisa ser pensada como uma política pública transversal. O acesso à saúde, à educação, cultura, moradia, geração de emprego e de renda, que são políticas sociais, também estão associadas à segurança. Então, é fundamental a gente pensar como fazer a capacitação dos policiais, que é uma fase do Pronasci que produz transformação, que produz capacitação e condição de atuação das forças de segurança”, contou Sampaio.

Tamires explicou que a  Secretaria Nacional de Segurança Pública tem uma diretoria de pesquisa, responsável por cursos que vão desde capacitação profissional até cursos relacionados à graduação e pós-graduação em parceria com as universidades federais do Brasil.

Tamires Sampaio também abordou a questão da violência contra as mulheres no país e o que vem sendo feito para se combater o crescimento desse tipo de crime pelo Ministério, através do Pronasci.

“Nos últimos anos, a gente viu uma crescente de todos os indicadores de violência contra mulheres. Isso foi resultado da falta de investimento em políticas de enfrentamento e de prevenção à violência contra mulheres. Por isso, no ano passado, quando a gente relançou esse programa de segurança com a cidadania, o primeiro eixo que a gente destacou é o fomento de políticas de enfrentamento à violência contra mulheres e meninas”, assinalou a coordenadora.

“Não dá para a gente pensar a segurança pública cidadã, não dá para a gente pensar nessa perspectiva da prevenção e da universalidade da segurança sem a garantia da proteção da vida da maioria da população, que são mulheres. Então, ano passado, a gente construiu uma parceria com o Ministério das Mulheres, e foi anunciada a construção de até 40 Casas da Mulher Brasileira. Além disso, também foram doadas mais de 200 viaturas para os estados para aparelhar as delegacias especializadas de atendimento às mulheres e as Patrulhas Maria da Penha”, destacou.

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Assista a íntegra do programa Café PT com Tamires Sampaio exibido nesta sexta-feira (26)

(Rádio PT)

Na entrevista, Tamires citou o trabalho que vem sendo realizado junto às mulheres que fazem parte das forças de segurança com relação à proteção e preservação de sua saúde física e mental, além de estarem também sujeitas a vários tipos de violência.

“Muitas vezes a dinâmica de trabalho da segurança é tanto uma perspectiva física quanto uma perspectiva de saúde mental, o que é fundamental. E pensando nisso, o Ministério da Justiça, por meio da Secretaria lançou um programa voltado para as agentes de segurança em relação à proteção da sua saúde mental. E quando se fala sobre o enfrentamento à violência contra mulher e violência doméstica, isso também infelizmente atinge as mulheres policiais”, observou.

“A gente teve um caso aqui no Instituto Federal, inclusive, de uma mulher policial que foi assassinada pelo companheiro que também era policial. Então, todas essas políticas de garantia de direitos, de acesso à justiça, de proteção à vida das mulheres, também envolvem a proteção das mulheres policiais”, enfatizou.

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A coordenadora do Pronasci destacou ainda a atuação do programa no combate a qualquer tipo de preconceito, seja de gênero, etnia ou orientação sexual.

“Com certeza, acho que pensar segurança cidadã é entender essa transversalidade das políticas e a transversalidade da sociedade. O Brasil é um país com mais de 200 milhões de pessoas, em que a maioria negra e a maioria mulher e que tem uma população LGBTQIA+, cada vez crescendo mais. Infelizmente, é um país em que essa população diariamente sofre violência. Então, pensar a política de prevenção de segurança cidadã no Brasil é necessariamente pensar uma política que garanta uma vida em proteção, uma vida com dignidade para esses grupos”, afirmou Tamires.

Da Redação