Terrorismo: PF faz operação no Rio de Janeiro; Bolsonaro investigado pelo STF
Polícia caça financiadores e organizadores, enquanto terroristas que participaram de atos terroristas continuam presos no DF, assim como ex-ministro da Justiça
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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (16) a operação Ulysses que investiga suspeitos de organizar e financiar os ataques terroristas que ocorreram no Distrito Federal. em 8 de janeiro.
Uma pessoa foi presa durante a operação da PF na cidade de Campos Goytacazes, no Rio de Janeiro para cumprir mandados de busca e apreensão, além de mandados de prisão temporário expedidos pela justiça.
Dois suspeitos ainda não foram localizados, mas a polícia aprendeu celulares, computadores e diversos documentos. O preso é um bombeiro militar, o subtenente Roberto Henrique de Souza Júnior, que atua em Guarus, no Norte Fluminense.
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Os suspeitos são investigados por associação criminosa, atentado violento contra o Estado Democrático de Direito, além de incitação das Forças Armadas contra as instituições da República.
Os crimes que teriam sido cometidos com o financiamento e organização dos ataques violentos contra as sedes dos três Poderes na capital federal e atos em frente aos quartéis.
Além disso, os atos antidemocráticos cometidos ainda no segundo turno das eleições também estão sendo investigados.
Confira abaixo imagens inéditas dos atos terroristas praticados dentro do Palácio do Planalto:
Terroristas presos e Bolsonaro investigado
Em Brasília continuam as investigações em relação aos atentados terroristas, seus financiadores e organizadores. Ainda continuam também sendo realizadas as audiências pelo Ministério Público para ouvir todos terroristas bolsonaristas que foram presos e se encontram nas penitenciárias da capital federal.
Pelos dados divulgados pela Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape), um total de 1.398 terroristas se encontram presos na capital federal, sendo que 904 homens estão no Complexo da Papuada e 494 mulheres foram transferidas para a penitenciária feminina.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também acatou o pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja investigado por incentivar a realização de atos antidemocráticos contra os poderes instituídos.
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Ao mesmo tempo, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réus três acusados de planejar e tentar executar um atentado a bomba nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília em dezembro do ano passado.
Dois dos acusados, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo de Souza, se encontram foragidos, enquanto que o terrorista George Washington de Oliveira Sousa, que confessou sua participação na tentativa frustrada de atentado a bomba, está preso em Brasília.
Os três terroristas bolsonaristas planejavam explodir um caminhão de combustível para criar um caos na capital federal com o objetivo de “forçar” as Forças Armadas a realizarem uma intervenção militar no país.
Wellington Macedo de Souza é jornalista e já havia sido preso em outubro de 2022 acusado de financiar atos antidemocráticos em setembro daquele ano.
Ele, inclusive, usava uma tornozeleira eletrônica e também é suspeito de ser um dos terroristas que incendiaram veículos e ônibus na capital federal na noite de 12 de dezembro na área central de Brasília, numa tentativa de invasão da sede da Polícia Federal.
Prisão de Anderson Torres
Também já está preso em Brasília o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretária de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, acusado de conivência com os atos extremistas do dia 8 de janeiro e de outros crimes pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Torres foi preso no sábado (14), ao chegar dos Estados Unidos, e está detido na sede de um batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal.
Durante operação de busca e apreensão na residência de Torres, agentes da PF encontraram a minuta de um decreto para instalação de Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para anular as eleições presidenciais de 2022 que deram vitória a Lula, o que é inconstitucional e comprova mais uma vez a intenção de promover um golpe de estado por parte do governo Bolsonaro.
O ex-ministro de Bolsonaro deve prestar depoimento às autoridades que investigam os atos golpistas, mas ainda não tem previsão de data para ocorrer. Também continua detido, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, o ex-comandante da Polícia Militar do DF, Coronel Fábio Augusto, acusado de ter retardado o envio de reforço para as forças de segurança que atuaram para tentar impedir os golpistas de invadirem as sedes dos Poderes que foram depredadas em 8 de janeiro.
Da Redação