Virgílio Serrão Sacramento. Presente!
Líder rural assassinado há 30 anos ganha homenagens no nordeste paraense
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A história de Virgílio Serrão Sacramento se confunde com outras histórias de lideranças de trabalhadores e trabalhadoras rurais que tombaram na luta contra o latifúndio no Pará.
Há 30 anos, em 5 de abril de 1987, ele retornava para casa de moto quando foi perseguido, atropelado e morto por um caminhão no quilômetro oito da rodovia PA-252, na Vila do Sucuriju, município de Moju, nordeste paraense, a 61 quilômetros de Belém.
Ele tinha 45 anos, esposa, 11 filhos e deixou de herança um exemplo de dedicação à organização da classe trabalhadora.
Por ser até hoje lembrado em Moju, Virgílio será alvo de várias homenagens neste final de semana. Na sexta-feira (7), está prevista uma sessão especial na Câmara Municipal e, no sábado (8), haverá missa e mais homenagens no Sindicato dos Trabalhadores Rurais. No domingo (9), às oito horas, começam os eventos na Vila do Sucuriju, onde ele foi sepultado.
Líder sindical
Virgílio nasceu em Limoeiro do Ajuru e peregrinou por alguns municípios até que, por volta de 1974, já em Tomé Açu, concretizou o sonho de ter o seu próprio pedaço de chão. Foi lá que teve contato com as Comunidades Eclesiais de Base (Cebs) e despertou para a necessidade da luta.
Ele chegou em Moju em 1976, indo morar na Vila de Sucuriju. Em Moju, Virgílio fez de tudo: se envolveu na luta dos trabalhadores rurais, incentivou o movimento de mulheres, a CUT e o PT no município.
Em 1979, ele reuniu alguns amigos e montou um movimento de oposição à direção do Sindicato Rural, mas a conquista da entidade só veio em 1983. Virgílio ficou na presidência até 1986, quando passou a acumular o cargo de membro do Conselho Fiscal da Federação dos Trabalhadores em Agricultura (Fetagri) e delegado representante do sindicato. Nesse período também atuou como tesoureiro da CUT na região Guajarina e membro efetivo do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT).
Ou seja, Vírgílio presidiu o sindicato e teve forte atuação política num momento de intensa luta pela reforma agrária e o combate as grandes fazendas e empresas do agronegócio que começavam a se instalar na região, principalmente após a inauguração da rodovia PA-150, que liga o nordeste ao sudeste do estado.
Por toda essa história, Virgílio sempre será lembrado.
Por Comunicação da CUT/Pará