Gleisi no FSM: Mulheres firmes para enfrentar o que está acontecendo
Durante debate nesta quarta (14) no Fórum Social Mundial, presidenta nacional do PT diz que feminismo foi fundamental na luta por direitos no Brasil
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Durante participação no debate “O Brasil pelo qual as Mulheres Lutam”, promovido pela Fundação Perseu Abramo nesta quarta-feira(14) no Fórum Social Mundial, a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, deixou claro qual é o maior inimigo a ser combatido pela ala feminina do país: a cultura do patriarcado que tenta se estabelecer no país desde o golpe de 2016.
“Eu não tenho dúvidas sobre o Brasil que as mulheres querem. É um Brasil de salários iguais. É um Brasil que não tenha violência para as mulheres. É o Brasil que tenha respeito. É o Brasil que a gente participe efetivamente das decisões. E esse era o país que estava sendo feito durante os governos de Lula e Dilma. Nossa luta é contra a cultura do patriarcado.”
A senadora lembra do papel fundamental do PT na luta para criar mecanismos efetivos de combate à violência contra a mulher. “Foi em 2006, durante o governo Lula, que aprovamos a Lei Maria da Penha. Pela primeira vez, tivemos os direitos básicos efetivados na prática. E nós mulheres que conseguimos avançar”, avalia Gleisi, citando a lei que é considerada pela ONU uma das mais rígidas do mundo na punição ao feminicídio.
O cenário atual, prossegue a senadora, não pode manchar a história de luta das mulheres do país que teve como um de seus capítulos mais marcantes o chamado Lobby do Batom, realizado 26 mulheres eleitas para a Câmara dos Deputados que impuseram uma série de direitos no texto que resultaria na Constituição Federal de 1988.
“A revolução maior que foi feita neste país foi a revolução silenciosa das mulheres. Nós mudamos a relação que nós temos na sociedade. Isso quer dizer que nós vencemos? De jeito nenhum. No meio do caminho teve um golpe que vem e arrasa as conquistas que tivemos. Mas temos que ficar firmes, mulheres, para enfrentar o que está acontecendo”, completa.
“Temos que lutar pela liberdade e pelo direito de Lula ser candidato”
A senadora também lembrou durante o debate do que significa defender o direito do ex-presidente Lula ser candidato a presidente em 2018. “Temos que lutar pela liberdade e pelo direito de Lula ser candidato. Não é só pelo Lula ou pelo candidato Lula. É pelo que ele representa que é uma quebra de 500 anos em que só as elites governaram o Brasil.”
“A simbologia deste governo golpista é essa: mulher é de segunda categoria. É um governo de homens brancos e ricos. E quando a gente faz a defesa do Lula a gente faz a defesa do simbólico. Lula foi condenado sem provas e sem crimes. A luta para nós nunca foi fácil. Se eles achavam que íamos nos calar, eles colocaram água em nossa semente. Nós vamos nascer mais fortes e eles vão ter que conviver com a democracia e com a força do povo brasileiro.”
Para encerrar, Gleisi Hoffmann fez questão de elogiar a realização do Fórum Social Mundial como vitrine para expor os problemas do país aos olhos do mundo. “Acho muito importante a realização deste Fórum porque traz a visão do mundo para a realidade nossa. Aliás, o mundo já está vendo o que está acontecendo no Brasil. A constituição rasgada, a retirada de direitos. Nós precisamos gritar para o mundo o que está acontecendo”, conclui.
Por Henrique Nunes, da Redação da Agência PT de Notícias, enviado especial à Bahia