Gleisi: Cubanos mudaram relação entre médicos e pacientes no Brasil

Presidenta do PT lembrou ainda da economia gerada aos cofres públicos com a diminuição de internações gerada pelos profissionais caribenhos

Alessandro Dantas

Gleisi fala sobre Mais Médicos no Senado

Menos de duas semanas após o anúncio da saída de Cuba do programa Mais Médicos, os efeitos da ausência dos profissionais já começam a ser sentidos pela população brasileira, sobretudo das regiões mais pobres.

“Ninguém fica onde é maltratado. Os cubanos não tiveram a acolhida que mereciam do candidato eleito (….) Eles foram formados para atender a comunidade onde ela estiver e foi exatamente isso que fizeram no Brasil”, lamentou a presidenta Nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, durante discurso na tribuna nesta segunda-feira (26).

A senadora também repercutiu o anúncio realizado pelo governo federal de que a maior parte das vagas deixadas pelos cubanos já foi preenchida por meio de edital. O número, segundo a parlamentar, tende a cair drasticamente assim que o trabalho começar de fato.

“Agora o governo está dizendo que já cadastrou quantidade necessária de médicos para ocuparem as vagas. Muito bem. Quero ver se eles vão efetivamente cumprir as suas funções nos locais cadastrados. Lembro que fazíamos os editais e muitos médicos se cadastravam. Nós chamávamos e nem tantos assumiam e dos que assumiam nem todos ficavam”, lembrou.

A preocupação da presidenta do PT tem o respaldo do próprio histórico de contratações para o programa. Em cinco anos de existência, nenhum edital de contratação de médicos brasileiros conseguiu contratar quantidade suficiente de profissionais para as vagas abertas. O maior edital resultou na contratação de 3 mil brasileiros.  “O médico brasileiro foi formado para atender a elite, para ter especialização, para estar em grandes centros”, completou Gleisi.

Embora a tendência seja o preenchimento de vagas não se confirmar, prossegue a senadora, “torço para que todos estes médicos inscritos realmente se apresentem e fiquem nos locais, mas duvido que isso aconteça e a população brasileira sofrerá com a ausência dos médicos cubanos.”

Sucesso comprovado

Alvo constante de notícias falsas e do preconceito explícito do presidente eleito Jair Bolsonaro, o programa Mais Médicos tem, desde a sua criação, alterado o cenário da relação médico/paciente no Brasil – ainda que somente agora tais informações tenham sido disseminadas de maneira contundente por veículos de comunicação sérios. Uma delas é a extensa reportagem publicada pela BBC Brasil que mostra como o programa economizou 1/3 do orçamento ao diminuir as internações hospitalares.

“Mais consultas, relação mais próxima entre médicos e pacientes e economia de dinheiro público ao diminuir o número de internações: essas são algumas das principais conclusões apontadas pelos mais de 200 estudos que se dedicaram a entender e mapear o programa Mais Médicos desde a sua criação, em 2013”, diz trecho da reportagem lido pela presidenta do PT na tribuna.

Gleisi também destaca os estudos citados na matéria em que menciona o o aspecto positivo do Mais Médicos sob a ótica fiscal. “A ampliação do número de médicos no atendimento básico de saúde evitou 521 mil internações em 2015, gerando uma economia em internações hospitalares equivalente a um terço do orçamento do programa naquele ano. faz toda a diferença você ser bem atendido, que te escute, que te pegue, que pergunte sobre seus problemas, é isso que os médicos cubanos faziam. Eles se pagaram com a economia que fizeram atendendo bem a população”, concluiu Gleisi.

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

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