Artigo: Reviver Stonewall é reafirmar a luta contra os retrocessos

“Hoje, ao reconhecer o dia 28 de junho como Dia Internacional do Orgulho LGBT não se pode esquecer daquelas e daqueles que morreram na busca do respeito à diversidade”

Reprodução

Há 50 anos, a luta de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no final da década de 1960 escreveria uma nova forma de organização e luta por direitos e cidadania.

A sociedade da época, perplexa e surpresa se viu obrigada a se posicionar e discutir com esses novos atores sociais. Essa luta que ficou conhecida como o Levante de Stonewall foi o marco fundante do que se tornaria o movimento LGBT organizado como o conhecemos hoje.

Muitas conquistas, muitas batalhas foram realizadas. Muitas delas perdidas para o fundamentalismo religioso e pelo dogmatismo hegemônico que afirmava ser “normal” apenas as relações heterossexuais.

Meio século depois ainda não foi realizada a cidadania plena para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais que precisam no dia a dia conquistar respeito e reconhecimento. Não vivemos ainda numa sociedade capaz de compreender e respeitar as diferenças.

Um longo caminho necessita ser percorrido nessa direção. O Brasil é um país que, apesar de se dizer plural, diverso, mais mata pessoas transexuais e travestis. Essa realidade é um fantasma que assombra os movimentos sociais organizados que atuam em favor da causa LGBT. Não podemos fechar os olhos para essa realidade!

Hoje, ao celebrar e reconhecer o dia 28 de junho como Dia Internacional do Orgulho LGBT não se pode esquecer daquelas e daqueles que morreram na busca de conscientização das pessoas para o respeito à diversidade e pluralidade. Políticas públicas não são favores ou benesses, mas condições objetivas de igualdade para todos. Enquanto houver disparidade ou desequilíbrio nossas vozes deverão ser erguer acima da multidão e denunciar a violência, a ignorância e o preconceito.

Esse é o papel das militantes do Partido dos Trabalhadores que, atuam interna e externamente no intuito de garantir que o partido seja um espaço de acolhida, respeito e valorização de todas e todos. Estamos vigilantes para o debate crítico, a reflexão profunda e a proposição de ações, atividades e projetos que realizem os anseios e sonhos dessa parte significativa da população.

Lembrando que Reviver Stonewall é reafirmar a luta contra os retrocessos e a violência institucional nas diferentes esferas do poder público. A lição é clara: lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais escreveram uma nova página da história porque seus corpos foram o papel no qual os fatos foram gravados e seu sangue garantiu a tinta para que não se perdesse a memória e sua nascente identidade.

Viva StonewallAzilton Viana, Secretaria Nacional LGBT do PT

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast