Émerson Santos: Revolta de Stonewall: 50 anos de luta da população LGBTI pelo direito de viver

“Tornou-se um símbolo de luta marcando o início de um período de intensa organização política da população LGBTI+ demandando direitos”

Divulgação

Há 50 anos o mundo assistia uma explosão revolucionária protagonizada por homossexuais, bissexuais, travestis e transgêneros no bar Stonewall Inn, localizado no bairro de Greenwich Village, em Manhattan, em Nova York, nos Estados Unidos. Cansados da truculência policial, os frequentadores do bar iniciaram um processo de resistência e enfrentamento que durou vários dias. Desde então, a data passou a ser celebrada com orgulho pela comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (LGBTI+).

Mais que uma data, a Revolta de Stonewall tornou-se um símbolo de luta marcando o início de um período de intensa organização política da população LGBTI+ demandando direitos, cidadania e proteção estatal em diversos países do mundo.

No Brasil, o Movimento LGBTI+ começa a surgir no final de 1978, uma década após a Revolta ocorrida nos Estados Unidos. Em pleno Regime Militar (1964-1985), homossexuais, bissexuais, travestis e transgêneros começam a organizar esse que hoje é um dos movimentos sociais mais organizados, mais articulados e com maior números de vitórias políticas no nosso país, mesmo em contextos sociais e políticos amplamente adversos.

Fortalecendo-se rapidamente, o Movimento LGBTI+ brasileiro inicia a apresentação da sua agenda ao Estado ainda no período de redemocratização no âmbito da Assembleia Nacional Constituinte, obtendo algumas tímidas vitórias na década seguinte, anos 1990. Mas é com a chegada do PT à Presidência da República através da eleição do Presidente Lula que a população LGBTI+ consegue introduzir no interior da agenda estatal suas demandas por políticas públicas, cidadania e proteção do Estado contra violências e discriminações.

Durante os quase 14 anos de governos petistas no plano federal, interrompidos pelo Golpe de 2016, foram implementadas uma série de políticas públicas e ações governamentais nos âmbitos da saúde, educação, emprego e renda, assistência social e cultura que contribuíram fortemente para atenuar o quadro de exclusão vivenciado pela população LGBTI+ no Brasil. Além das ações específicas, cabe frisar que as políticas sociais e de desenvolvimento implementadas pelos governos do PT também foram decisivas para que esse grupo social passasse a ter acesso a direitos básicos de cidadania.

Apesar dessas importantes conquistas, a conjuntura política de 2019 não tem sido nada favorável ao combate das violências e a promoção da cidadania. Esse cenário tem apresentado uma série de desafios para o Movimento LGBTI+ que passam pelo enfrentamento do autoritarismo e da LGBTfobia do Governo Bolsonaro, intensificação do processo de fortalecimento político dos ativismos LGBTI+ em todo o país e denúncia permanente da prisão política, injusta e arbitrária do ex-Presidente Lula por aqueles que querem continuar perpetuando o quadro de violência e violações contra a população LGBTI+ no Brasil.

Neste Dia do Orgulho manteremos nossa indignação, disposição e coragem para continuar enfrentando todas as injustiças, violências e perseguições. É por isso que bradamos: Lula Livre! Abaixo a LGBTfobia! Resistiremos!

Émerson Santos é Coordenador Nacional da Articulação Brasileira de Jovens LGBT (ArtJovem LGBT), Doutorando em Ciência Sociais na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), e compõe a Secretaria LGBT do PT

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