Sem-terra denunciam truculência da PM durante despejo em Roraima

Cerca de 80 famílias foram vítimas da ação policial; “As famílias estão sendo obrigadas a ver tudo que tem ser queimado, sem poder fazer nada”, afirmou integrante do MST

Comunicação MST

Cerca de 80 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram despejadas do acampamento Lula Livre, em Mucajaí, em Roraima, a 58 quilômetros da capital do estado, Boa Vista, nessa quinta-feira (9).

Os acampados afirmam que o despejo se deu de forma violenta e que todos os pertences deles foram queimados pelas forças de segurança que atuaram na operação. “A polícia está ameaçando prender quem tentar entrar no local. As famílias estão sendo obrigadas a ver tudo que tem ser queimado, sem poder fazer nada”, conta uma agricultura, integrante do MST, que prefere não se identificar, por medo de represálias.

Segundo a assessoria de imprensa do movimento, “o despejo não está sendo acompanhado por um oficial de justiça”, como determina a lei. A Polícia Militar de Roraima estava no local, juntamente com a Força Tática da PM, “ameaçando as famílias e impedindo de retirarem seus pertences das moradias”. De acordo com o MST, os PMs foram acompanhados pelo grileiro da terra, conhecido como Zezinho, que reivindica a posse da área.

As famílias estavam no acampamento, que fica na Fazenda Tocantins, com cerca de 650 hectares, desde o dia 17 de abril de 2019. No local, havia produção de mandioca e hortaliças, além de criação de galinhas.

Após o despejo, os sem-terra decidiram montar um acampamento ao lado da fazenda.

O Brasil de Fato entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública de Roraima, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Por Brasil de Fato

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