Acompanhado de Pazuello, Bolsonaro insiste em debochar da dor do povo
Aplaudindo Bolsonaro, Pazuello confirma que “um manda outro obedece”. Ex-ministro deve ser reconvocado, depois de mentir 14 vezes na CPI. Aglomeração no Rio envolveu estrutura e recursos públicos
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Bolsonaro voltou a expor a população à contaminação da Covid-19 em aglomeração neste domingo, 23, no Rio de Janeiro. Em sua live na quinta-feira, Bolsonaro disse que teria voltado a ter sintomas da Covid-19. Foram mobilizadas mais de 20 unidades da corporação, com cerca de 1.000 agentes, para fazer a segurança do evento, segundo a Polícia Militar. O ex-ministro da Saúde, general “missão cumprida” Pazuello, sem máscara, participou do evento.
“Bolsonaro terá de explicar o porquê desses passeios de moto, como o de hoje no Rio e do dia 9 em Brasília. Qual a justificativa para gastar dinheiro público, deslocar seguranças, assessores, diárias, etc. Para que e a quem serve isso? O povo na pindaíba e ele gastando para passear e aglomerar?”, questionou a presidenta do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).
Passeio de moto de Bolsonaro no Rio mobiliza mil policiais. Gasta $ público e aglomera. Visitar hospitais, prestar solidariedade às vítimas da Covid e com quem passa fome, nada! Mas aí seria outro presidente né! Esse aí não se comove com a dor do outro.
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) May 23, 2021
Os senadores que integram a CPI da Covid, em reunião neste domingo, reagiram à provocação de Bolsonaro, que insiste em desafiar as orientações de seu próprio Ministério da Saúde. Na próxima quarta-feira, os senadores vão encaminhar pedidos de convocação das autoridades municipais e estaduais para saber quem autorizou o ato e que medidas sanitárias foram adotadas. O atual ministro da Saúde e o ex-ministro Pazuello também devem ser convocados novamente.
Moradores mostram seu repúdio e realizam panelaço contra o pior presidente da história do Brasil. #ForaBolsonaro pic.twitter.com/r7npjU5t4R
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) May 23, 2021
Bolsonaro chegou ao Rio de helicóptero, por volta das 9h30, e foi recepcionado pelo governador Cláudio Castro no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. Após aglomerar, seguiu de moto até o Monumento dos Pracinhas, no Aterro. Durante o trajeto, batedores da Polícia Rodoviária Federal abriram o caminho com interdição das vias. No percurso, houve protestos e panelaço contra o ato.
A Milícia organizou diretinho o #MotoGenocídio no Rio de Janeiro. O cúmulo da desfaçatez desta gente é saudar Pazuello, uma espécie de Mengele de Bolsonaro, que a frente do MS nunca se preocupou em combater a pandemia que matou centenas de milhares de brasileiros. pic.twitter.com/gSleY5PMTC
— Paulo Pimenta (@DeputadoFederal) May 23, 2021
Em discurso ao final do passeio, Bolsonaro voltou a invocar o apoio do Exército às suas ações, atacando os demais poderes. “Meu Exército jamais irá às ruas para manter vocês dentro de casa […] Nosso Exército são vocês. Mais importante do que os Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, é o poder do povo brasileiro”, afirmou. Bolsonaro também reafirmou os ataques aos governadores e prefeitos que atuam para combater o vírus em suas regiões.
Da Redação