Transição: GT de Meio Ambiente defende redução imediata do desmatamento no Brasil
Durante coletiva de imprensa, ex-ministro do meio ambiente, Carlos Minc, ressalta que política ambiental foi arrasada no governo de Bolsonaro e que “acabou a impunidade”
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Acabar com o desmatamento nos primeiros três meses de 2023 e recuperar o protagonismo do Brasil na proteção ambiental foram destaques na coletiva de imprensa do Grupo Técnico de Meio Ambiente do gabinete de transição de Lula. O evento aconteceu na tarde desta quarta-feira, 30, em Brasília.
No evento, o ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (PSB/RJ), ressaltou que política ambiental do país foi arrasada no governo de Bolsonaro e que, com Lula, “acabou a impunidade”.
“Vai haver redução forte e imediata do desmatamento já no primeiro trimestre do governo Lula. Acabou a moleza, a impunidade”, afirmou. “A tarefa não é pequena. Medidas imediatas: fortalecer o Ibama. Segundo a revogação de decretos. Alguns são os que impedem aplicações de multas. Outros impedem a fiscalização de madeiras”, disse.
Aloizio Mercadante afirmou que o relacionamento com os Ministérios sob a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) é “desigual” e criticou a falta de transparência.
“A relação com o governo tem sido desigual. Em alguns Ministérios sentimos colaboração, reconhecimento republicano das eleições, depois farei o reconhecimento. Com outros é muito mais difícil, uma resposta protocolar. Tem Ministério que durante a pandemia se especializou em passar a boiada e tem muita dificuldade em compartilhar informações”.
"Nós temos um grupo muito experiente, muito rico, com várias trajetórias. Nos vamos apresentar um diagnóstico, focar na gravidade do momento da agenda ambiental", Aloizio Mercadante em coletiva de imprensa do GT de Meio Ambiente. #BrasilDoFuturo pic.twitter.com/WWgCLcrWQI
— PT Brasil (@ptbrasil) November 30, 2022
Desmatamento aumentou com Bolsonaro
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os índices de desmatamento na Amazônia aumentaram 59% durante o governo Bolsonaro em relação aos quatro anos anteriores.
Estatísticas do Inpe também apontam 3.332 focos de calor entre os dias 1º e 16 de novembro de 2022 no Amazonas, no Acre e em Rondônia, um aumento de 1.216% na comparação com os 253 incêndios registrados nos três estados no mesmo período de 2021.
"O que tiver de política pública importante, vamos manter, ajustar, melhorar. Agora nós entramos em algumas pastas que é terra arrasada!" – Aloísio Mercadante, em coletiva do GT de Transição Ambiental.
— Nilto Tatto ? COM LULA E O BRASIL NA COP ?? (@NiltoTatto) November 30, 2022
Com Lula, desmatamento caiu 67%
No governo de Lula, a taxa de desmatamento caiu 67%, segundo informações publicadas em outubro de 2022 pela BBC.
O ex-governador do Acre Jorge Viana (PT) afirmou que existe no Brasil “um problema muito sério pelos maus tratos com populações indígenas e descaso com o meio ambiente”. Segundo ele, é necessário mudar “normativas que desmontaram estrutura para trabalhar com o meio ambiente”.
“Número de servidores para trabalhar na fiscalização é assustador, falta de recursos para combate incêndio… é praticamente impossível enfrentar. Nossas medidas têm de levar em conta mudanças no modelo de produção, levar em conta 28 milhões que vivem na Amazônia”.
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Fortalecimento da democracia e desmatamento zero até 2030
A ex-ministra Marina Silva (PSB-SP) disse que, “se não dermos conta de reduzir desmatamento, perda da biodiversidade, a gente não vai conseguir nada”.
“Temos três pilares: um é o fortalecimento da democracia, combate à injustiça sociais. São 33 milhões vivendo com R$ 1,30 por dia, e o desafio de proteger as bases naturais do desenvolvimento. Temos vontade de cumprir a meta de desmatamento zero até 2030. Combate a atividades ilegais, ordenamento fundiário e apoio a atividades de produtos sustentáveis. O desenho de como isso vai se configurar. Vamos criar instrumentos modernos. Em 2003 fomos capazes de pensar políticas públicas que fizeram diferente”.
Da Redação, com informações do Brasil 247