Liderança brasileira consolida luta pelos direitos das mulheres no G20

Ministério das Mulheres apresenta balanço da primeira reunião técnica de GT do G20. Adesão ao grupo é positiva, revelou coordenadora; próxima etapa será a sistematização dos dois dias de trabalho

Marcelo Camargo Agência Brasil

Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, durante entrevista coletiva no lançamento do GT

A coordenadora do Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres do G20 e assessora do Ministério das Mulheres, Ísis Táboas, concedeu entrevista  coletiva nesta quinta-feira (18) para explicar como foi a primeira reunião técnica do GT que debate as estratégias de fortalecer a pauta das mulheres no mundo, encerrada nesta quinta-feira, 18.

Para ela, a primeira reunião do grupo – que é coordenada pelo MMulheres – foi marcada por dois ineditismos: o primeiro é o que diz respeito à estreia do GT temático, tendo em vista que o grupo foi criado em 2023 , durante a gestão indiana , e “o segundo é que o GT foi o primeiro grupo a se reunir durante a presidência brasileira, o que demonstra simbolicamente a importância que o governo do presidente Lula traz para o tema da construção da consolidação dos direitos das mulheres”, afirmou.

Tábuas informou que o quórum era “altíssimo, o que deixou a gente bastante feliz. Todos os países membros incluídos presentes. Mais de cem delegações estrangeiras, e nove países convidados também participaram, além de organizações internacionais de bastante relevância como o Banco Mundial, o FMI, a UNESCO, e a OMS.” 

Os três eixos prioritários – igualdade de gênero, enfrentamento à misoginia e às violências, e justiça climática – apresentados pelo governo do presidente Lula, receberam amplo apoio dos países-membros que se manifestaram com bastante entusiasmo para construção de produtos para definição de prioridades. “É um grupo que tem potencial muito grande para construir entregas e avanços para os direitos das mulheres.”

Questionada se houve algum consenso e como foram recebidas as propostas brasileiras, a coordenadora revelou que a questão da igualdade salarial, por exemplo, foi vista com bastante entusiasmo pelos outros participantes. “Houve algumas propostas de ajustes metodológicos, como acréscimos de novos objetivos dentro de alguns dos produtos que foram apresentados. Mas, em linhas gerais, a gente recebeu muitas manifestações de apoio no sentido de continuarmos com os trabalhos”, revelou.

Ao ser informado sobre como foi o diálogo entre países tão diferentes entre si, um coordenadora do GT destacou que o Brasil tem uma posição, que é de mediador e de muito respeito às diferenças culturais e sociais que cada país traz por sua construção histórica. 

“Mas o que as pessoas conseguiram observar é que há muito mais semelhanças entre os desafios que temos a enfrentar, porque todos os países, inclusive os mais desenvolvidos, apresentam alguma situação de desigualdade entre homens e mulheres, seja econômica, social, ou de ocupação dos espaços de poder. Então, eu acredito que a gente tem muito mais semelhanças nos desafios que temos a enfrentar do que diferenças”, informou. 

A expectativa é que a partir do GT seja fortalecida uma troca de experiências sobre políticas públicas que deram certo em algum país, para a construção da igualdade de direitos e de oportunidades para as mulheres no mundo. 

Os próximos passos do Grupo de Trabalho envolvem a sistematização das posições, sugestões e debates feitos nos dois dias de trabalho. Depois, as sínteses serão enviadas aos países que foram presentes. “Iremos aguardar as manifestações, e então teremos a próxima reunião do GT, que será presencial, e está previsto para ocorrer entre os dias 8 e 9 de maio, em Brasília”, concluiu o coordenadora.

Marina Marcondes, da Redação do Elas por Elas 

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