Comitiva brasileira participa do maior evento da ONU sobre igualdade de gênero
Realizado em NY, encontro discutirá as melhores práticas e políticas para eliminar a disparidade entre gêneros e a pobreza; ministra apresenta programas e ações do governo Lula sobre os temas
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A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, a socióloga e primeira-dama, Janja Lula Silva, e as deputadas federais Benedita da Silva (PT-RJ), Maria do Rosário (PT-RS), Ana Pimentel (PT-MG) e Ana Paula Lima (PT-SC) estão em Nova York para participar da 68ª Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW), maior encontro anual das Nações Unidas sobre igualdade de gênero e empoderamento das mulheres.
O evento anual de duas semanas teve início no dia 11 e segue até o dia 22. Esta edição terá como tema “Acelerar a concretização da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas, combatendo a pobreza e fortalecendo as instituições e o financiamento com uma perspectiva de género”. Para conferir a programação completa das reuniões, clique aqui.
No primeiro dia de atividades, segundo o ministério, Gonçalves discursou em dois momentos, como representante da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e do governo do Brasil.
“Em ambos os pronunciamentos, Cida Gonçalves falou sobre o fortalecimento das instituições para promover a igualdade de gênero, sobre o combate à pobreza e à violência, e a participação das mulheres na prevenção, negociação e resolução de conflitos”, relata a pasta.
Em seu primeiro discurso, representando a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a ministra afirmou que a pobreza constitui um dos principais obstáculos para o desenvolvimento das nações e ajuda a perpetuar a desigualdade entre mulheres e homens e a discriminação em razão do gênero.
“Investir na igualdade de gênero é comprovadamente uma ferramenta indispensável na promoção do desenvolvimento, na recuperação econômica, no avanço tecnológico e mesmo na prevenção de conflitos. Não se trata de uma agenda de interesse exclusivo de um grupo de países, muito menos uma imposição de alguns. Antes, beneficia a todas e todos, em todas as partes do globo”, explicou.
Cida Gonçalves ressaltou, ainda, que a igualdade de gênero é princípio estatutário da Comunidade e que os países estão firmes no compromisso da implementação do Plano Estratégico de Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres e Meninas.
“Renovamos o firme compromisso da CPLP de seguir contribuindo com os esforços coletivos de promoção da igualdade de gênero e de empoderamento de mulheres e meninas. Apenas assim poderemos alcançar a plena implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, finalizou.
Já como representante do governo brasileiro na 68ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, Gonçalves falou dos programas e iniciativas do governo brasileiro para combater as desigualdades e promover a inclusão e proteção social, e como essas políticas beneficiam principalmente as mulheres.
A ministra apresentou a Lei da Igualdade Salarial e Remuneratória entre mulheres e homens, uma política estrutural do presidente Lula, e disse querer fortalecer a importância desse debate nas instâncias internacionais: “Em pleno século 21, não podemos aceitar que uma mulher ainda receba 20% a menos que o homem ao exercer o mesmo trabalho em todo o mundo, com dados ainda mais desiguais quando falamos de mulheres ainda mais excluídas socialmente, como negras, indígenas e imigrantes.”
A ministra também adiantou que, pela primeira vez, o governo brasileiro está formulando, de maneira integrada, uma Política Nacional de Cuidados, que tem como foco as mulheres. “Não há como não enfatizar o trabalho do cuidado não remunerado e invisibilizado que sobrecarrega principalmente as mulheres”.
O discursos da ministra podem ser conferidos aqui e aqui.
Cheguei para a abertura dos trabalhos aqui na ONU! Vamos debater os direito das mulheres e das crianças, fenômenos climáticos, desigualdade econômica e social, acesso aos serviço públicos, mutilação genital feminina, energia limpa e igualdade de gênero. pic.twitter.com/kpztMUU2pR
— Benedita da Silva (@dasilvabenedita) March 11, 2024
Parlamentares petistas @mariadorosario @dasilvabenedita @anapaulalimapt @AnaPimentel_jf estão em Nova York participando da
Conferência Mundial Mulheres e Desenvolvimento da @unitednations, representando a Câmara dos Deputados. #bancadadopt #ptnacâmara #nyc pic.twitter.com/P8RP6zOuAi— PT na Câmara (@PTnaCamara) March 11, 2024
🇧🇷 Companheiras a caminho da ONU para o CSW, maior evento sobre mulheres e discussões sobre igualdade de gênero do mundo. 💜
Enquanto isso, no Brasil, nosso presidente @LulaOficial está anunciando 100 novos Institutos Federais! 👏
Terça-feira, 12 de março de 2024. Aqui tem… pic.twitter.com/jGIoBfmjOL
— Ana Pimentel (@AnaPimentelmg) March 12, 2024
Segundo dia de trabalhos
No segundo dia de trabalhos, a ministra Cida Gonçalves participou de reuniões bilaterais com autoridades de Cuba, Austrália e Canadá, onde teve reuniões com pares para debater política de cuidados, combate à fome e empoderamento de meninas e mulheres. Ela também participou de café da manhã com ministras da Cepal a convite do México. Janja Lula da Silva também participou.
Começamos o segundo dia de agenda com um café da manhã na Missão do México em NY.
A ministra Nadine Gasman recebe autoridades da CEPAL, América Latina e Caribe para alinhamento de consenso do Grupo de Buenos Aires para negociações das Conclusões Acordadas. pic.twitter.com/lc2Hpq2dTt
— Ministério das Mulheres (@mindasmulheres) March 12, 2024
Em reunião com Katy Gallagher, ministra das Mulheres e das Finanças da Austrália, Cida Gonçalves conversou sobre as pautas prioritárias do G20 (fórum de cooperação econômica internacional das 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana) e como as duas nações podem trabalhar juntas para enfrentar a desigualdade de gênero. A ministra Cida Gonçalves disse ainda que aguarda a colega australiana no Brasil, na reunião das altas autoridades do G20, que ocorrerá no país no segundo semestre.
O G20 também foi pauta na reunião com a ministra da Mulher, da Igualdade de Gênero e da Juventude do Canadá, Marci Ien. A ministra Cida Gonçalves e Janja Lula da Silva expuseram os eixos principais propostos pelo Grupo de Trabalho Empoderamento de Mulheres do G20 e como as pautas de gênero têm sido trabalhadas de forma transversal pelo governo federal.
“O enfrentamento à misoginia online é um ponto de interesse entre os dois governos e ficamos de manter contato sobre o tema”, afirmou Gonçalves.
No X, Janja destacou sua participação na mesa temática “Mobilização de financiamento sobre a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas: Políticas e estratégias para acabar com a pobreza de mulheres e meninas”.
Na ONU, participei da mesa temática “Mobilização de financiamento sobre a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas: Políticas e estratégias para acabar com a pobreza de mulheres e meninas”, onde ressaltei as políticas do presidente Lula para a… pic.twitter.com/BaYRoi06yq
— Janja Lula Silva (@JanjaLula) March 12, 2024
Em Nova York, participando do Pacto Global Econômico Pelas Mulheres, onde vemos o poder transformador da renda nas mãos das mulheres. Empreendedoras, líderes na economia popular solidária, elas são os verdadeiros motores de mudança.
Estamos aqui debatendo políticas públicas de… pic.twitter.com/O5MozQv2B4
— Maria do Rosário (@mariadorosario) March 13, 2024
O que é a CSW?
A CSW – Comissão sobre a situação da Mulher – é o maior encontro global de representantes da sociedade civil, funcionários governamentais, gestores e gestoras políticos e especialistas para fazer um balanço do progresso na igualdade de género, discutir questões urgentes e chegar a acordo sobre ações para transformar a vida de mulheres e meninas em todo o mundo..
A Comissão consiste em uma ampla gama de reuniões, painéis de discussão, diálogos interativos, mesas redondas ministeriais, negociações intergovernamentais e muito mais. É uma plataforma única para feministas de todo o mundo defenderem, aprenderem e compartilharem experiências.
De acordo com a organização, os dados mais recentes mostram que 10,3 por cento das mulheres do mundo vivem em pobreza extrema e são mais pobres que os homens. O progresso no sentido de acabar com a pobreza precisa de ser 26 vezes mais rápido para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030.
Durante as próximas duas semanas, a Comissão discutirá as melhores práticas e políticas para abordar a disparidade entre gêneros e pobreza e para tirar mulheres e homens da pobreza e promover o desenvolvimento econômico justo e sustentável para as nações. Representantes de organizações não governamentais farão declarações sobre estas questões críticas; os jovens participarão em diálogos com gestores e apresentarão as suas recomendações.
No final da segunda semana, a Comissão chegará a acordo sobre um conjunto de ações e recomendações que servirão de modelo para melhorar a vida de mulheres e meninas, reduzindo a sua pobreza de tempo e rendimento e reforçando a sua liderança.
Da Redação Elas por Elas, com informações do Ministério das Mulheres, ONU Mulheres e CSW